O Papel das Experiências Precoces Adversas, Medo da Compaixão e Sentimentos de Empatia na Ansiedade Social em Adolescentes

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Data
2014
Autores
Pereira, Cátia Vanessa Neto
Cunha, Marina (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: A ansiedade social refere-se ao desconforto sentido em situações de interação ou de desempenho social, sendo esta emoção especialmente intensa na adolescência devido a características e tarefas desenvolvimentais próprias desta faixa etária. Não obstante tratar-se de uma emoção comum e com uma função adaptativa, pode também tornar-se numa experiência negativa que levanta sérias dificuldades na vida escolar e social dos jovens. Objetivos: O presente estudo procura analisar o contributo de determinadas variáveis, como as memórias negativas de infância, a empatia e o medo da compaixão na mudança dos níveis de Ansiedade Social na Adolescência. Partindo deste objetivo principal, pretende igualmente apurar possíveis diferenças entre o género masculino e o feminino, bem como a influência da idade e da zona de residência, em meio rural ou urbano, relativamente às variáveis em estudo. Por último é analisado de que forma as variáveis se relacionam entre si e quais os melhores preditores da Ansiedade Social. Método: A amostra é constituída por 320 adolescentes, 186 rapazes e 134 raparigas, distribuídos pelo 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos de idade. Os participantes preencheram uma folha de dados sociodemográficos e questionários fidedignos para avaliar as memórias precoces negativas (ELES-A, Gilbert, Cheung, Grandfield, Campey & Irons, 2003), a empatia (QACEC; Zoll & Enz, 2010), o medo da Compaixão (FCS-A; Gilbert, McEwan, Matos & Rivis, 2011) e a ansiedade social (SAS-A; La Greca & Lopez, 1998). Resultados: Os resultados obtidos indicaram diferenças significativas entre rapazes e raparigas relativamente à ansiedade social, à empatia e às experiência precoces de (des)valorização. A idade apenas se mostrou correlacionada com a ansiedade social. A zona de residência e o aproveitamento escolar não se mostraram associados à ansiedade social. Por sua vez a ansiedade social evidenciou uma associação significativa e no sentido esperado com as variáveis em estudo, à exceção das variáveis da empatia com as quais não apresentou qualquer correlação significativa. O modelo constituído pelo medo da compaixão (dos outros e por si próprio), experiências precoces de desvalorização e sentimentos de empatia mostrou-se o melhor preditor da ansiedade social. Conclusões: O presente estudo tem um papel inovador ao integrar o contributo de variáveis novas, como o medo da compaixão e das experiências precoces negativas, na compreensão da ansiedade social em adolescentes. Os resultados obtidos sugerem que estas variáveis podem desempenhar um papel importante, devendo, assim, ser contempladas na intervenção da ansiedade social na adolescência. / Introduction: Social anxiety refers to discomfort felt in situations of interaction or social performance, being this emotion especially intense at adolescence due to developmental features and tasks that characterize this age group. Despite of being a common emotion with adaptive function, it can also become a negative experience that raises serious difficulties at escolar and social life of youth. Objetives: The present study aims to analyse the contribution of certain variables, such as childhood negative memories, empathy and fear of compassion in changing the levels of Social Anxiety at Adolescence. Starting from this main goal, it also seeks to investigate possible differences between masculine and feminine, as well as the influence of age and residence area, urban or rural, relatively to variables under research. Finally it is analysed how the varieties correlate between them, and which are the best predictors of Social Anxiety. Method: The sample is composed by 320 adolescents, 186 boys and 134 girls from high school with ages between 12 and 19. The respondents filled a sheet with sociodemographic data and completed a reliable questionnaire to evaluate negative premature memories (ELES-A, Gilbert, Cheung, Grandfield, Campey & Irons, 2003), empathy (QACEC; Zoll & Enz, 2010), fear of compassion (FCS-A; Gilbert, McEwan, Matos & Rivis, 2011) and social anxiety (SAS-A; La Greca & Lopez, 1998). Results: The obtained results evidence significate differences between boys and girls relatively to social anxiety, empathy and premature experiences of appreciation/ depreciation. The students’ age proved to be correlated only to social anxiety. Residence area and school performance were not associated to social anxiety. On the other hand, social anxiety evidences a significate association, as expected, with the studied variables, with the exception of empathy´s variables which showed no significate correlation. The model that consists in fear of compassion (from others and from oneself), early depreciation experiences and empathy feelings, proved to be the best predictor of social anxiety. Conclusions: The present study has an innovative role integrating the contribution of new variables, as fear of compassion and early negative experiences, in comprehension of social anxiety in adolescents. The results obtained suggest that these variables can play an important role and, for that, should be contemplated in the social anxiety in adolescence intervention.
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Palavras-chave
Ansiedade social - Social anxiety, Adolescência - Adolescence, Empatia - Empathy, Memórias precoces - Early memories, Medo da compaixão - Fear of compassion
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