Comportamento, Autoconceito e Experiências de Vergonha em Adolescentes
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Data
2016
Autores
Santos, Ana Filipa Carvalho dos
Simões, Sónia (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: A literatura refere que a adolescência é uma etapa do ciclo vital de transição e de construção da sua identidade, em que o comportamento poderá ser influenciado por diversos fatores como o autoconceito e as experiências de vergonha. Adolescentes expostos a fatores de risco tendem a desenvolver problemas de comportamento. Objetivo: A presente investigação tem como objetivos verificar se existem diferenças nas experiências de vergonha, no autoconceito e no comportamento em função de algumas variáveis sociodemográficas, estudar as associações entre as experiências de vergonha, o autoconceito e os problemas de comportamento em adolescentes e analisar diferenças no comportamento em função do autoconceito e das experiências de vergonha. Método: A amostra é constituída por 70 alunos do Instituto Pedro Hispano, 29 rapazes e 41 raparigas, com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos (M = 13,44; DP = 1,00). O protocolo é constituído por: Questionário Sociodemográfico, Inventário de Comportamento da Criança para Pais (CBCL) ambos preenchidos pelos pais; Escala de Autoconceito de Piers-Harris (PHCSCS-2) e Escala de Vergonha Externa – versão breve para Adolescentes (OASB – A), destinados ao preenchimento pelos adolescentes. Resultados: As raparigas apresentam mais vergonha externa que os rapazes, apesar da diferença não ser significativa. Já os rapazes e os adolescentes sem retenções evidenciam níveis maiores de autoconceito. As raparigas apresentam mais problemas de comportamento (nomeadamente depressão, problemas sociais, queixas somáticas, isolamento, obsessivo/esquizoide e no índice dos problemas externalizantes), e são os adolescentes com retenções que tendem a desenvolver mais problemas de comportamento, tanto internalizantes como externalizantes. Por fim, existem diferenças nos problemas de comportamento em função do autoconceito e das experiências de vergonha. Assim, um autoconceito baixo associa-se a mais depressão e mais vergonha externa, e a mais problemas de comportamento (oposição/imaturidade, depressão, problemas sociais, queixas somáticas, isolamento, ansiedade, obsessivo/esquizoide, nos problemas de internalização e no total do CBCL). Conclusão: Podemos concluir com este estudo que a vergonha externa parece influenciar de forma negativa o autoconceito e o comportamento dos adolescentes (nomeadamente a depressão, isolamento e problemas de internalização), assim como o autoconceito também parece ter influência no comportamento dos adolescentes. / Introduction: The literature reports that adolescence is a stage of the life cycle of transition and construction of their identity. The behavior may be influenced by several factors such as self and shame experiences. Adolescents exposed to risk factors tend to develop behavioral problems. Purpose: The goals of this research is check whether there are differences in shame experiences in self-concept and behavior according to some sociodemographic variables, analyze differences in conduct on the self and shame experiences and study the associations between experiences shame, self-concept and behavior problems in adolescents. Method: The sample consists of 70 students of the Institute Pedro Hispano, 29 boys and 41 girls, aged between 12 and 16 years (M = 13.44, SD = 1.00). The protocol consists of: Sociodemographic Questionnaire, Child Behavior Inventory for Parents (CBCL) both completed by parents; Self Concept Scale Piers-Harris (PHCSCS-2) and scale External Shame - short version for Adolescents (OASB - A) intended to fill by adolescents. Results: Girls have more external shame then boys, although the difference is not significant. As for the boys and adolescents without retentions show higher levels of self-concept. Girls have more behavior problems (such as depression, social problems, somatic complaints, isolation, obsessive / schizoid and content of externalizing problems), and are adolescents with retentions that tend to develop more behavior problems, both internalizing and externalizing. Finally, there are differences in behavior problems due to the self and shame experiences. Thus, a low self-concept is associated with more depression and more external shame, and more behavior problems (opposition / immaturity, depression, social problems, somatic complaints, isolation, anxiety, obsessive / schizoid in internalizing problems and in total CBCL). Conclusion: We can conclude from this study that the external shame seem to influence negatively the self-concept and behavior of adolescents (particularly depression, isolation and internalizing problems) as well as the self-concept also seems to influence the behavior of adolescents.
Descrição
Palavras-chave
Adolescentes - Adolescents, Autoconceito - Self-concept, Vergonha externa - External shame, Problemas de comportamento - Behavior problems