Gestação de Substituição: Factores psicológicos– uma revisão sistemática da literatura

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Data
2016
Autores
Gouveia, Joana Pereira
Galhardo, Ana (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
A infertilidade conjugal é definida como uma condição clínica com repercussões no bemestar físico, psicológico e social dos intervenientes. Contudo, os avanços ocorridos na medicina da reprodução têm vindo a possibilitar a muitos dos casais com infertilidade a concretização do seu desejo de parentalidade. Neste contexto, tratamentos médicos, a inseminação intrauterina, a fertilização in vitro (FIV), a microinjeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), e o recurso a gâmetas de dador ou a embriões doados, constituem importantes desenvolvimentos para a resolução de muitos dos casos de infertilidade. Ainda assim, por razões de natureza diversa, e pela relativamente baixa taxa de sucesso deste tipo de tratamentos, existem casais que enfrentam maiores dificuldades. Entre estes encontram-se aqueles que por ausência de útero, malformações ou doença neste órgão se vêem impossibilitados de experienciar uma gravidez. Nestas circunstâncias apenas a gestão de substituição poderia dar resposta à sua condição de infertilidade. No entanto, esta é uma prática que gera controvérsia, objeções e dúvidas sendo proibida na maioria dos países europeus, incluindo Portugal. O principal objectivo desta revisão sistemática é, considerada a inexistência de um estudo desta natureza em Portugal, providenciar um corpo de conhecimento organizado em função dos resultados de estudos noutros países e que procuraram explorar aspectos psicológicos relacionados com a gestação de substituição. Em concreto, foram analisados estudos que abordaram gestação de substituição enquanto opção alternativa à infertilidade; adaptação marital; revelação da forma de concepção; bem-estar físico e psicológico do casal beneficiário e criança; contacto com a gestante de substituição; e adaptação à parentalidade. Deste modo, foi examinado um total de 10 estudos, todos eles de carácter longitudinal, com os seguintes principais resultados: a gestação de substituição é considerada “uma experiência positiva”; todos os casais beneficiários aparentam ter um bom funcionamento entre si; o processo de revelação da forma de conceção por gestação de substituição pretende ser iniciado na mais tenra idade; o contato com a gestante de substituição é mantido de forma harmoniosa, ainda que com uma frequência genérica trimestral; os casais beneficiários apresentam menor stresse e maior bem-estar físico e psicológico ao longo da gestação; a adaptação à parentalidade até aos três anos de idade apresenta um valor positivo superior às demais formas de conceção. / Infertility is defined as a clinical condition with repercussions on the physical, psychological and social well-being. However, progresses in reproductive medicine have been enabling many infertile couples to achieve their desire for parenthood. In this context, medical treatments such as intrauterine insemination, in vitro fertilization (IVF), intracytoplasmic microinjection of sperm (ICSI), and the use of donor gametes or donated embryos, are important developments for the resolution of many infertility cases. However for other reasons and also due to the reasonably low success rate of such treatments, there are couples who face greater difficulties. Among these are those which in the absence of a uterus, uterine malformations or disease find themselves unable to experience a pregnancy. In these circumstances surrogacy is the only chance to solve their infertility condition. However, this practice generates controversy, objections, and questions and is prohibited in most European countries, including Portugal. The main objective of this systematic review is, considered the absence of such a study in Portugal, to provide a body of knowledge based on results from studies, conducted in other countries, which sought out to explore psychological aspects of surrogacy. Studies were analyzed considering surrogacy as a solution for infertility; marital adjustment; disclosure to the child; physical and psychological well-being of the beneficiaries couple and child; contact with the surrogate; adjustment to parenting. A total of 10 studies was examined, all with a longitudinal design, with the following main results: surrogacy is considered a "positive experience"; all beneficiary couples seem to have a good marital relationship; disclosure intends occur at an early age; contact with the surrogate is held; beneficiaries couples show less stress and greater physical and psychological well-being during pregnancy; adjustment to parenthood is higher until the child is 3 years old.
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Palavras-chave
Infertility - Infertilidade, Surrogate - Substituto, Link - Ligação, Mother-child - Mãe-filho, Relationship- -Relação, Psychological consequences - Consequências psicológicas
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