Funcionamento, Forças das Famílias e Perceção da Autoeficácia
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Data
2015
Autores
Cação, Marina Filipa Grou
Sequeira, Joana (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: A Diabetes é uma doença crónica, grave, de evolução lenta e progressiva, que necessita de tratamento intensivo e uma orientação adequada que permita prevenir ou retardar as complicações da doença. O presente estudo tem como principal objetivo compreender quais as implicações da doença de Diabetes tipo 1 no funcionamento familiar, as forças que as famílias mobilizam e a perceção de autoeficácia do jovem face à doença. Método: A amostra é constituída por 36 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos e 36 pais com idades compreendidas entre os 33 e os 55 anos. O protocolo de investigação inclui os seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico e de Dados Clínicos, Escala de Avaliação da Adaptabilidade e Coesão Familiar (FACES II), o Questionário de Forças Familiares (QFF), e a Escala de Auto-Eficácia Geral (EAEG). Resultados: Os resultados indicam que a maioria das mães, pais e adolescentes da família percecionam a sua família como sendo ligada relativamente à coesão, flexível quanto à adaptabilidade e moderadamente equilibrada quanto ao tipo de família. São os adolescentes que residem nas zonas urbanas que percecionam a família como tendo maior adaptabilidade. Os pais que possuem o ensino superior têm uma maior perceção de coesão e adaptabilidade. Os participantes apresentam uma elevada perceção de forças na família, sendo as pontuações mais elevadas na gestão positiva e suporte familiar. São também os pais com estudos superiores que têm pontuações mais elevadas na organização familiar positiva. Quanto à perceção de autoeficácia dos adolescentes o valor mais elevado encontra-se no fator iniciação e persistência. Conclusões: A doença constitui-se como sendo um factor de adversidade na vida dos adolescentes e das suas famílias que pode torná-los mais fortes, contribuindo para sua capacidade de suporte e adaptação. A partir deste estudo não se pode afirmar, uma vez que é um estudo transversal, se a doença promoveu ou não características positivas do funcionamento da família mas pode afirmar-se que estas famílias se percecionam como tendo os recursos necessários para lidar com esta adversidade. O presente estudo permitiu concluir que as famílias com adolescentes portadores de Diabetes tipo I, que constituiram a nossa amostra, se percepcionam como famílias funcionais, uma vez que apresentam elevada coesão e adaptabilidade familiar. Os participantes (pais, mães e adolescentes) apresentam uma elevada percepção de forças na família. Conclui-se ainda que existe uma relação significativa e elevada entre o funcionamento e as forças familiares. Esperamos que estes resultados possam contribuir para auxiliar as famílias de adolescentes diabéticos tipo 1 a enfrentar de uma forma menos penosa esta doença, motivando as famílias e os seus filhos de modo a conseguirem lidar melhor com situações que possam surgir futuramente relacionadas com a doença crónica na infância e na adolescência. / Introduction: The type 1 Diabetes is a serious chronical disease of slow and progressive evolution, which needs intensive treatment and an adequate orientation in order to prevent or retard the complications of the disease. The present study aims to understand how families perceive their functioning, the strengths that they have and the perception of self-efficacy of the diabetic adolescent. Methods: The participants art 36 adolescents, with ages between 12 and 18 years old, and their respective parents, (36 parents with ages between 33 and 55 years old). The investigation protocol includes the following instruments: Socio-demographic questionnaire and clinical data, Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scales (FACES II), family strength questionnaire (QFF) and the self efficiency general scale (EAEG). Results: The results indicate that most parents and adolescents perceive their family as being connected relative to cohesion, flexible relative to adaptability and moderately balanced relative to family type. Adolescents living in urban areas are the ones that perceive the better family adaptability. The parents that have higher education perceive better cohesion and adaptability. Related to strengths perception the participants present a high perception of strengths in family. However, positive management and family support obtained higher results. Parents with higher education perceive more positive family organization. Regarding self-efficiency perception the adolescents perceive the high scores in initiation factor and persistence. Conclusion: The disease constitutes as being an adversity factor in adolescents lives and their families that can make them stronger, contributing to their adaptation and support capacity. From this study it can´t be claimed, once it's a transverse study, if the disease promoted or not, positive characteristics of family function, but it can be said that these families perceive themselves as having the necessary resources to deal with this adversity. The present study allows to conclude that families with adolescents carriers of type 1 diabetes, that were part of our sample, perceive themselves as functional families, as they present high cohesion and family adaptability. Participants (fathers, mothers and adolescents) present high perception of family strength. It can also be concluded that exists a significant connexion between functioning and family strength. We hope that these results can contribute to help the type 1 diabetes adolescents families to face in a less painful way, this disease motivating the families and their children so they can deal better with situations that can appear in the future related with the chronical disease in childhood and adolescence.
Descrição
Palavras-chave
Diabetes tipo 1 - Type 1 diabetes, Adolescentes - Adolescents, Funcionamento e forças familiares - Familiar strength and functioning, Autoeficácia - Self-efficacy