Redes Sociais Pessoais e Coping Resiliente nas Idades Avançadas

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Data
2014
Autores
Antunes, Andreia Sofia da Silva
Daniel, Fernanda (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: Nos dias de hoje, assistimos em Portugal a um progressivo aumento da esperança média de vida. Este aumento implica uma atenção redobrada sobre estas pessoas que apresentam características que as diferenciam dos seus congéneres de idades mais precoces. Referimo-nos a diferenças que se refletem tanto ao nível do perfil sociodemográfico como comportamental. Objetivos: Assim, o presente estudo tem como objetivo central analisar a relação entre as configurações das redes sociais pessoais e os diferentes níveis de coping resiliente, em uma amostra de idosos. Metodologia: O presente trabalho remete para um estudo quantitativo, transversal com comparação de grupos. A recolha de dados foi realizada através de um questionário sociodemográfico, o Instrumento de Avaliação da Rede Social Pessoal (IARSP – Idosos), (Guadalupe & Vicente, 2012) e a Escala do Coping Resiliente (Sinclair & Wallston, 2003). Participantes: A amostra é composta por 448 indivíduos, 287 (64,1%) do sexo feminino. A idade média situa-se nos 76 anos (DP= ± 7,6), são maioritariamente casados (230= 51,3 %) e 226 (50,4%) têm como habilitações a 4ª classe. Resultados: Os resultados dão-nos conta de diferenças consideráveis nos níveis de coping na nossa amostra (baixo: 52%, n = 233 versus forte: 9,2%, n = 233). No que concerne às características estruturais da rede social pessoal, encontramos diferenças estatisticamente significativas na proporção das relações de amizade e na proporção das relações de trabalho, segundo os três níveis de coping (p <0,05). Relativamente às características funcionais da rede social pessoal, podemos verificar que existem diferenças estatisticamente significativas no apoio emocional, reciprocidade do apoio e na satisfação com a rede segundo os três níveis de coping (<0,05). Por último, em relação às características relacionais-contextuais, os resultados indicaram diferenças estatisticamente significativas, na durabilidade média das relações com os membros e na frequência dos contactos, segundo os três níveis de coping (p <0,05). Conclusões: Os nossos resultados permitem-nos afirmar que níveis de coping mais elevados estão relacionados com redes sociais pessoais com um maior quadrante de amigos, já os indivíduos que apresentam níveis de coping mais baixos têm redes com maior número de familiares. Assim sendo, os inquiridos, na globalidade, apresentam redes homogéneas, já que a sua rede social pessoal é constituída, maioritariamente por familiares. Estes resultados parecem refletir a importância do coping resiliente na ativação de outras relações sociais pessoais dos idosos, fora do quadrante familiar. É um facto que as relações familiares acontecem em virtude do parentesco, pelo contrário, fomentar relações extra familiares é um processo que necessita que os idosos reúnam um conjunto de condições físicas e psicológicas para que se sintam dispostos a criar novas amizades. Assim sendo, parece-nos hipoteticamente correto afirmar que quanto mais recursos psicológicos os idosos beneficiarem, mais predispostos vão estar para se relacionar com outras pessoas, para além dos membros da família. / Introduction: Nowadays, we are witnessing in Portugal a progressive increase in average life expectancy. This increase implies an increased attention on those people who have characteristics that set them apart from their counterparts in earlier ages. We refer to differences that reflect both levels of the socio-demographic profile and behavioral. Objectives: Thus, this work has the main objective to analyze the relationship between the settings of personal social networks and different levels of resilient coping in a sample of the elderly. Methodology: The present work refers to a cross-sectional study with comparison groups. Data collection was performed through a socio-demographic questionnaire, the Assessment Toll Personal Social Network (IARSP – Senior), (Guadalupe & Vicente, 2012) and Resilient Coping Scale (Sinclair & Wallston, 2004). Participants: The sample consists in 448 persons, 287 (64,1%) are female. The average age stands at 76 years (SD= ± 7,6), a big percentage are married (230 = 51,3%) and 226 (50,4%) have the 4th grade. Results: The results give us an account of considerable differences in levels of coping in our sample (low: 52%, n = 233; versus a strong 9,2%, n= 41). Regarding the structural characteristics of the social network, we found statistically significant differences in proportion of friendly relations and the proportion of labour relations, according to the three levels of coping (p <0,05). Regarding the functional characteristics of the personal social network, we can see that there are statistically significant differences in emotional support, reciprocity of support and satisfaction with the network according to the three levels of coping (<0,05). Finally, in relation to relational – contextual characteristics, the results indicated statistically significant differences in the average duration of relationships with members and frequency of contacts, according to three levels of coping (<0,05). Conclusions: Our results supported the hypothesis that higher levels of coping are related to personal social networks with a larger number of friends, but people who have lower levels of coping have networks with a larger number of families. Therefore the inquired, in a general way, have homogeneous networks, since their personal network is mostly composed of relatives. These results seem to reflect the importance of resilient coping in activating other personal social relations of the elderly outside the family atmosphere. It is a fact that the extra family relationships are a process that requires seniors meeting a number of physical and psychological conditions to feel willing to create new friendships. Therefore, it seems hypothetically correct to say that, the more psychological resources the elderly beneficiate, the more they will be likely to relate to others beyond the family members.
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Palavras-chave
Redes sociais pessoais - Personal social networks, Coping resiliente - Resilient coping, Idosos - Elderly
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