A Sintomatologia Obsessivo-compulsiva: a sua relação com a alexitimia, as experiências traumáticas e a psicopatologia
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Data
2016
Autores
Areosa, Timóteo João Teixeira Camacho Coelho
Simões, Sónia (Orientadora)
Caetano, Tânia (Coorientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: A alexitimia tem sido relatada mais significativamente em sujeitos com perturbação obsessivo-compulsiva (POC), uma vez que estes têm uma dificuldade em reconhecer e descrever as suas próprias emoções. Refira-se também que muitos indivíduos com POC relatam frequentemente terem experienciado situações traumáticas. Porém, não existem estudos nacionais sobre a relação entre a POC, as experiências traumáticas e a alexitimia, justificando-se a pertinência deste estudo. Objetivo: Foram delineados os seguintes: 1) Estudar a relação entre sintomas psicopatológicos, alexitimia e as experiências traumáticas numa amostra clínica e não clínica; 2) Estudar e comparar as experiências traumáticas, os níveis de alexitimia e os sintomas psicopatológicos nas amostras clínica e não clínica; 3) Verificar as associações das variáveis idade, género, estado civil e habilitações literárias com a presença ou ausência de sintomatologia obsessivo-compulsiva. Método: A amostra total é composta por 115 indivíduos com idades entre os 18 e os 64 anos (M=31,50; DP=10,61). Para a criação dos 2 grupos em comparação, recorreu-se ao ponto de corte do MOCI, em que resultados acima de 10 indicam a presença de sintomatologia obsessivo-compulsiva. O grupo clínico tem 40 sujeitos, com idades entre 18 e os 49 anos (M=27,03; DP=7,68) e o grupo não clínico com 75 sujeitos, com idades entre 18 e os 60 anos (M=33,89; DP=11,21). Protocolo engloba: Maudsley Obsessive Compulsive Inventory (MOCI), Traumatic Experiences Checklist (TEC), Escala de Alexitimia de Toronto (TAS-20) e Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI). Resultados: A amostra clínica apresenta mais sintomatologia psicopatológica e valores mais elevados de alexitimia, comparativamente à amostra não clínica. Não foram encontradas diferenças entre os grupos na presença de experiências traumáticas, mas a amostra clínica apresenta pontuações mais altas de abuso sexual e de trauma na família de origem. Por fim, na amostra não clínica temos um maior número de associações estatisticamente significativas e de magnitude mais forte entre as variáveis estudadas, comparativamente com o observado na amostra clínica, principalmente na TEC. Conclusão: Verificou-se assim que as experiências traumáticas e a alexitimia, em particular, podem ser um fator que se associa ao surgimento de POC, sendo uma área de estudo futuro perceber se serão igualmente fatores de risco da POC. / Introduction: Alexithymia has been reported more significantly in subjects with obsessive-compulsive disorder (OCD), since they have a hard time recognizing and describing their own emotions. It should also be noted that many individuals with OCD often report experiencing traumatic situations. However, there are no national studies on the relationship between OCD, traumatic experiences and alexithymia, justifying the relevance of this study. Aim: The following were outlined: 1) To study the relationship between psychopathological symptoms, alexithymia and traumatic experiences in a clinical and non-clinical sample; 2) To study and compare the traumatic experiences, the levels of alexithymia and the psychopathological symptoms in the clinical and non-clinical samples; 3) Check the relations of variables age, gender, marital status and literacy with the presence or absence of obsessive-compulsive symptomatology. Method: The total sample is composed of 115 individuals aged between 18 and 64 years (31.50±10.61). For the creation of the 2 groups in comparison, the MOCI cut-off point was used, in which results above 10 indicate the presence of obsessive-compulsive symptomatology. The clinical group had 40 subjects, aged between 18 and 49 years (27.03±7.68) and the nonclinical group with 75 subjects, aged between 18 and 60 years (33,89±11.21). Protocol includes: Maudsley Obsessive Compulsive Inventory (MOCI), Traumatic Experiences Checklist (TEC), Toronto Alexithymia Scale (TAS-20) and Inventory of Psychopathological Symptoms (BSI). Results: The clinical sample presented more psychopathological symptomatology and higher values of alexithymia, compared to the non-clinical sample. No differences were found between the groups in the presence of traumatic experiences but the clinical sample presented higher scores of sexual abuse and trauma in the family of origin. Finally, in the non-clinical sample, we have a greater number of associations that are statistically significant and of stronger magnitude among the studied variables, compared to the clinical sample, especially in the TEC. Conclusion: It was verified that traumatic experiences and alexithymia, in particular, may be a factor that is associated with the onset of POC, being a future study area to understand if they will also be risk factors for OCD.
Descrição
Palavras-chave
Sintomatologia obsessivo-compulsiva - Obsessive-compulsive symptomatology, Experiências traumáticas - Traumatic experiences, Alexitimia - Alexithymia