Impacto do AVC em Doentes com Idade Ativa e o Acesso aos Direitos Sociais em Tempo de Austeridade

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Data
2017
Autores
Lopes, Vera Lúcia Esteves
Martins, Alcina (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Com a crise económico-financeira a partir de 2008 sucederam-se novas e profundas alterações que marcaram as políticas de saúde, Segurança social e acesso aos direitos sociais, que se refletem nas condições de vida dos doentes com acidente vascular cerebral (AVC). A presente investigação recaiu em doentes com diagnóstico clínico de AVC em idade ativa e com vínculo laboral, entre os 29 e os 64 anos, que no ano 2015 estiveram internados na Unidade de Cuidados Continuados Convalescença do Rovisco Pais e beneficiaram de programa de reabilitação. O objetivo geral desta investigação foi o reconhecimento nestes doentes dos impactos provocados pelo AVC, como pelas políticas e direitos sociais em tempos de austeridade. Para identificar as alterações ocorridas ao nível da atividade laboral, alteração dos rendimentos auferidos e direitos à saúde, Segurança Social e reabilitação foi estabelecido, em 2017, um contato telefónico a estes doentes. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental através da análise dos processos sociais. Recorreu-se análise qualitativa, transversal e exploratória por fazer uma aproximação à atual condição de vida dos doentes que sofreram AVC. Os resultados permitiram identificar que 89% destes doentes não retomaram a atividade profissional anteriormente exercida, apenas 11% o fizeram. A incapacidade para o trabalho conduziu a que 67% passassem à condição de aposentados por invalidez. A maioria foi alvo de um processo de empobrecimento, 69%, que viu os rendimentos reduzidos por via da pensão invalidez, subsídio doença e subsídio desemprego, ficando a auferir prestações sociais mínimas, ou seja, a viver com um rendimento inferior ao salário mínimo nacional. Os direitos sociais são assegurados em patamares mínimos. Estes doentes ficaram duplamente lesados, tanto pela impossibilidade de terem uma relação laboral como na erosão dos direitos sociais neste período histórico. / Due to the economic and financial crisis, since 2008 new and profound changes have taken place and have influenced health policies, social security and access to social rights, which impact on the living conditions of patients who survived to a stroke. Our research was carried out with working-aged employed patients (aged 29 to 64) with a clinical diagnosis of stroke, admitted in 2015 to the Convalescence and Continued Care Unit of Rovisco Pais benefiting from an inpatient rehabilitation program. The main purpose of this research was to identify the impact of the stroke in these patients and the effects of the social policies and rights in times of austerity. In order to identify the changes occurred in work activity, income, healthcare rights, social security and rehabilitation, we established telephone survey with the patients in 2017. The data collection methodology used was bibliographical and documentary research through the analysis of the social processes. Qualitative, cross-sectional and exploratory analysis were used to make an approach to the current living conditions of the patients who suffered a stroke. The results allowed to conclude that 89% of these patients did not return to the previous working activity, only 11% doing it. Inability to work led 67% of the patients to incapacity retirement. Most of the patients have impoverished, 69% saw their income reduced because of invalidity pensions, illness or unemployment benefits. They receive minimum social security benefits, that is to say their income is below the national minimum wage. Social rights are guaranteed at minimum levels. These patients were doubly harmed, both by the impossibility of having an employment relationship and by the erosion of social rights in this historical period.
Descrição
Palavras-chave
AVC - Stroke, Idade ativa - Working age, Direitos sociais - Social rights
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