Sentimentos de solidão, correlatos e preditores

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Data
2012
Autores
Costa, Marlene Dias
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Editora
ISMT
Resumo
Contexto: A solidão relaciona-se com o aumento dos sentimentos depressivos e ansiosos, diminuição da satisfação com a vida e pobre qualidade subjetiva de sono. Dada a relação entre depressão e funcionamento cognitivo, fomos averiguar a possível relação entre solidão e o funcionamento cognitivo e os preditores de cada uma destas variáveis. Objetivos: Avaliar a gravidade da solidão, da sintomatologia depressiva e ansiosa, da qualidade do sono e do declínio cognitivo; a relação entre a solidão e as variáveis sociodemográficas e as variáveis sociorrelacionais; a relação entre solidão e sintomas depressivos e ansiosos, qualidade do sono, controlando o efeito das variáveis sociodemográficas e sociorrelacionais; as correlações entre solidão e funções cognitivas, controlando o efeito das variáveis sociodemográficas, variáveis emocionais, resposta e suporte social; o impacto das variáveis que se mostrarem relevantes; e o impacto da solidão no funcionamento cognitivo. Metodologia: A amostra incluiu 539 idosos, 127 (23,6%) do sexo masculino e 412 (76,4% ) do sexo feminino; grande parte dos idosos é viúva (n = 327; 60,8%), 102 ainda são casados (19%); a maioria dos idosos possui o ensino básico primário (n = 213; 39,5%). Como instrumentos utilizámos um Questionário Sociodemográfico, a Avaliação Breve do Estado Mental; a Escala de Depressão Geriátrica; Inventário de Ansiedade Geriátrica; Escala de Satisfação com a Vida; Escala de Solidão; Questionário sobre o Sono na Terceira Idade e Questionário Geriátrico da Convivência/Solidão. Resultados: A solidão relacionou-se de forma positiva e significativa com os sintomas ansiosos (r = 0,15, p < 0,05) e depressivos (r = 0,29, p < 0,01), com a qualidade do sono (r = 0,21, p < 0,05), com o sexo (r = 0,16, p < 0,05) e de forma negativa e significativa com a satisfação com a vida (r = -0,27, p < 0,01) e com o estado civil (r = -0,25, p < 0,01). A única variável que predisse a solidão e também o défice cognitivo foram os sintomas depressivos (1,19 vezes e 1,07 vezes respetivamente). Conclusão: Não se verificou impacto da solidão no funcionamento cognitivo no nosso estudo. Falta-nos saber se esta ausência de relação se se deve à natureza do estudo e se não poderemos esperar que os idosos solitários e também que têm significativamente mais sintomas ansiosos, depressivos e pior qualidade de sono poderão, daqui as uns anos, estar pior cognitivamente. Context: Loneliness is related with increased feelings of depression and anxiety, decreased life satisfaction and poor subjective sleep quality. Given the relationship between depression and cognitive functioning, we investigated the possible relationship between loneliness and cognitive functioning and predictors of each of these variables. Objectives: To assess the severity of loneliness, depressive and anxious symptoms, sleep quality and cognitive decline, the relationship between loneliness and sociodemographic variables and socio relacional variables, to relate loneliness, depressive and anxiety symptoms and sleep quality controlling the effect of sociodemographic and sociorelacional variables and; to correlate loneliness and cognitive functions, controlling the effect of sociodemographic variales, emotional variables, social response and support, to determine the impact of variables that prove to be relevant, and also the impact of loneliness on cognitive functioning. Methods: Our sample included 539 elderly, 127 (23.6%) male and 412 (76.4%) female; many elderly people are widowed (n = 327, 60.8%), 102 are still married (19%), most seniors have primary basic education (n = 213, 39.5%). As instruments we used the Sociodemographic Questionnaire, the Mini-Mental State Examination, the Geriatric Depression Scale, the Geriatric Anxiety Inventory; the Satisfaction with Life Scale; Loneliness Scale; Sleep Questionnaire Questionnaire in Elderly and the Geriatric Questionaire for Living/Loneliness. Results: Loneliness was related positively and significantly with anxiety (r = 0.15, p <0.05) and depression symptoms (r = 0.29, p <0.01), sleep quality (r = 0.21, p <0.05), sex (r = 0.16, p <0.05) and negatively and significantly with life satisfaction (r = -0.27, p <0.01) and marital status (r = -0.25, p <0.01). The only variable that predicted loneliness and also cognitive deficit were depressive symptoms (1.19 times and 1.07 times respectively). Conclusion: No impact was found of loneliness on cognitive functioning in our study. However, this lack of relation may be due to the nature of the study and perhaps we can expect the lonely eldery and that also have ignificantly more symptoms of anxiety, depression and poorer quality of sleep, to be worse cognitively in a few years.
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Palavras-chave
Solidão, Idosos, Institucionalização, Funcionamento Cognitivo.
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