Só Há Mulheres na Clínica: estudo de caso sobre condições de trabalho num universo profissional feminizado

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Data
2013
Autores
Freitas, Vivalda Soraia Martins de
Monteiro, Rosa (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Uma das áreas profissionais mais segregadas a nível europeu é a área da saúde, onde claramente se concentram mais mulheres do que homens. O trabalho aqui desenvolvido expõe um estudo de caso numa clínica de saúde privada, que emprega apenas mulheres, centrando-se na análise de um grupo de trabalhadoras que desempenham profissões administrativas, de atendimento ao público e datilógrafas, numa cidade na região centro do país. Com esta pesquisa apresentaremos os resultados que pretenderam conhecer o caráter genderizado das condições de trabalho e que tem como cenário um contexto organizacional e profissional totalmente feminizado, onde a segregação ocupacional/horizontal é a face mais visível da desigualdade de género. Partindo da pergunta de partida, o estudo respondeu a cinco questões principais: - de que forma as condições de trabalho destas trabalhadoras refletem os efeitos das relações sociais de género, em especial o fenómeno da segregação ocupacional; como constroem a sua profissão e se a percecionam como marcada pelo género; como é que estas trabalhadoras experienciam subjetivamente e se expressam/consciencializam a desigualdade em função do sexo; de que forma elas constroem ativamente e reproduzem nas suas interações quotidianas a estereotipia de género; quais as perceções dos/as gestores/as e responsáveis da organização quanto à desigualdade em função do sexo, e a forma como (re) produzem essa desigualdade. As características das condições de trabalho do grupo de profissionais estudadas são claramente determinadas pelo facto de este ser considerado “um trabalho de mulher”. Primeiramente é um trabalho em que, a totalidade das pessoas entrevistadas consideram como mais adequado às “competências femininas”, particularmente à simpatia, ao cuidado pelos outros, à paciência, reconhecendo-se como elemento central o atendimento às pessoas que requer fortes competências sociais (comunicação) e emocionais. A interação com clientes, médicos/as e colegas como sendo ponto central deste tipo de trabalho requer competências profissionais que, na realidade, são vistas como “qualidades femininas”, o que motiva a sua invisibilidade e não reconhecimento, tal como indicado na literatura. / One of the professionals areas most segregated at European level, is the health sector, where clearly concentrate more women than men. The work here developed exposes a case study in a private health clinic, which employs only women, focusing on the analysis of a group of workers who perform administrative professions, public service and typists, in a city in the central part of the country. With this research we will present the results intended to meet the gendered character of the working conditions and that has a scenario organizational and professional completely feminized, where occupational/horizontal segregation is the most visible face of gender inequality. Starting from the question of departure the study responded to five main issues:-how the working conditions of these workers reflect the effects of social relations of gender, particularly the phenomenon of occupational segregation; How to build his profession and if perception as marked by gender; How do these workers experience subjectively and express themselves/ increasingly aware inequality based on gender; how they actively construct and reproduce in their daily interactions with the gender stereotyping; What are the perceptions of managers and responsible of the Organization regarding the inequality on the basis of sex, and how to (re) produce this inequality. The characteristics of the working conditions of the professional group studied are clearly determined by the fact that this is considered "a woman's work". First is a work in which all of the people interviewed consider as more suited to "women skills", particularly the friendliness, care for others, patience, recognizing itself as a central element the service people that requires strong social skills (communication) and emotional. Interaction with customers, doctors and colleagues is the center point of this type of work that requires professional skills that, in reality, are seen as "feminine qualities", what motivates their invisibility and non-recognition, as indicated in the literature.
Descrição
Palavras-chave
Papéis de género - Gender roles, Trabalho emocional e de assistência - Emotional work and care, Competências femininas - Female skills
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