Repositório ISMT
REPOSITÓRIO ABERTO
Instituto Superior Miguel Torga
O REPOSITÓRIO ABERTO do ISMT é um repositório institucional de acesso aberto das publicações produzidas pela sua comunidade académica.
Neste REPOSITÓRIO, criado em julho de 2013, podem ser consultados dissertações, teses, artigos, comunicações, pósteres e outro material de divulgação cientifica
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Relação entre a Perceção dos Adolescentes sobre o Envolvimento Parental na Prática Desportiva Federada e Variáveis Psicológicas: autoestima, autocriticismo e ansiedade social
(ISMT, 2024) Lopes, Joana Andrade; Simões, Sónia (Orientação)
Objetivos: Praticar desporto na adolescência tem sido associado a maiores níveis de bem-estar psicológico e físico, podendo o envolvimento parental ser determinante no desenvolvimento e motivação dos atletas, porém, quando excessivo, pode ter efeitos negativos no bem-estar do atleta. Assim, são objetivos do presente estudo investigar a relação entre a perceção dos adolescentes sobre o envolvimento parental na prática desportiva federada e as variáveis psicológicas autocriticismo, autoestima e ansiedade social. Metodologia: A amostra incluiu 105 adolescentes do sexo masculino, praticantes de futebol e futsal federado, entre os 13 e os 18 anos. Foram utilizados o Questionário de Comportamentos Parentais no Desporto (QCPD), a Escala de Autoestima de Rosenberg (RSES), a Escala das Formas de Autocriticismo e Autotranquilização (FSCRS-SF) e a Escala de Ansiedade Social para Adolescentes (SAS-A). Resultados: Os atletas percecionaram o pai como mais envolvidos nas suas atividades desportivas comparativamente com a mãe e, os que percecionam maior pressão materna para o rendimento apresentaram níveis mais elevados de ansiedade social. Os atletas mais novos perceberam no pai maior influência técnica. Os que querem seguir carreira desportiva percecionaram no pai maiores expectativas desportivas e influência técnica e na mãe maiores expectativas desportivas e acompanhamento competitivo, já os indecisos perceberam um maior apoio desportivo por parte do pai. Por fim, os que tencionam seguir carreira desportiva relataram maior autoestima e menor ansiedade social, enquanto os indecisos apresentaram níveis mais elevados de autocriticismo e ansiedade social. Conclusão: O envolvimento parental é fundamental para os atletas. Os psicólogos que trabalham com equipas desportivas de escalões de formação devem considerar a importância de um apoio parental equilibrado, reconhecendo que um envolvimento excessivo e focado nas expectativas para os resultados pode originar pressão e aumentar a ansiedade. | Objectives: Playing sports in adolescence has been associated with higher levels of psychological and physical well-being. Parental involvement can be decisive in the development and motivation of athletes, however, when excessive, it can have negative effects on the athlete's well-being. Therefore, this study aims to explore the relationship between adolescents' perception of their parents' involvement in federated sports practice and their levels of self-criticism, self-esteem, and social anxiety. Methodology: The sample included 105 male adolescents, football and futsal players, between 13 and 18 years old (M = 1.54; SD = 0.50). The Parental Behaviors in Sports Questionnaire (QCPD), the Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES), the Forms of Self Criticism and Self Reassurance Scale (FSCRS-SF) and the Social Anxiety Scale for Adolescents (SAS-A) were used. Results: The athletes in the study perceived their fathers as more involved in their sporting activities compared to their mothers. Those who felt greater maternal pressure to perform experienced higher levels of social anxiety. Younger athletes perceived their fathers as having a greater technical influence. Those aspiring a sports career perceived greater sporting expectations and technical influence from their fathers and greater sporting expectations and competitive support from their mothers. On the other hand, those who were undecided perceived greater sporting support from their fathers. Lastly, those who intend to pursue a sports career reported higher self-esteem and less social anxiety, while those who were undecided had higher levels of self-criticism and social anxiety. Conclusion: Parental involvement is essential for athletes. Psychologists working with sports teams at training levels should acknowledge the importance of balanced parental support. It is important to recognize that excessive involvement and focus on performance expectations can lead to pressure and increased anxiety.
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Mayer-Rokitanski-Küster-Hauser (MRKH): estudo da relação entre sintomas de ansiedade, depressão e stresse, vergonha relacionada com a doença crónica, autocompaixão e flexibilidade psicológica numa amostra internacional
(ISMT, 2024) Marques, Joana Rita Cunha; Galhardo, Ana (Orientadora)
A síndrome Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH) afeta 1 em cada 5000 pessoas e é caracterizada pelo subdesenvolvimento ou ausência de útero, cérvix e/ou canal vaginal. Esta síndrome tem implicações não apenas na saúde reprodutiva (infertilidade) mas também nas relações sexuais, amorosas, e a relação do indivíduo com ele mesmo e com a sociedade, sendo que normalmente é diagnosticada numa idade precoce, quando estes indivíduos podem ainda não ter desenvolvido capacidades psicológicas para lidar com esta doença e o seu impacto atual e futuro. Este estudo procurou explorar a relação entre a sintomatologia depressiva, ansiosa ou de stresse com construtos como a vergonha e processos de regulação emocional como a autocompaixão e a flexibilidade psicológica, na comunidade MRKH, sendo a amostra internacional. O estudo foi conduzido numa amostra de 50 participantes, com idades entre os 18 e os 60 anos (M = 30.28; DP = 10.74), convidadas a responder online a um questionário sociodemográfico e clínico e aos seguintes instrumentos, a Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse (EADS-21), Escala de Engagement e Ações Compassivas (EEAC), Chronic Illness-Related Shame Scale (CISS) e a PsyFlex. De acordo com os resultados obtidos, quando a variável dependente considerada foi a sintomatologia depressiva, as variáveis que se monstraram significativamente associadas foram a vergonha associada à doença crónica (β = .32; p = .009) e a flexibilidade psicológica (β = -.30; p = .019). De forma semelhante, quando a variável dependente foi a sintomatologia ansiosa, verificou-se que a vergonha relacionada com a doença (β = .37; p = .007) e a flexibilidade psicológica (β = -.27; p = .047) também desempenharam um papel relevante. No que diz respeito à sintomatologia de stresse, a variável que se revelou significativamente associada foi a flexibilidade psicológica (β =-.35; p = .015). Em síntese, os resultados reforçam a importância da flexibilidade psicológica como um fator potencialmente protetor em relação a sintomatologia depressiva, ansiosa e de stresse, sendo que a associação consistente entre a vergonha e os sintomas de depressão e ansiedade também sublinha o papel central dessa emoção na intensificação de estados emocionais negativos. | This syndrome has implications not only for reproductive health (infertility) but also for sexual and romantic relationships and the individual’s relationship with themselves and with society and is usually diagnosed at an early age, when these individuals may not yet have developed the psychological skills to deal with this disease and its current and future impact. This study sought to explore in an international sample the relationship between depressive, anxiety and stress symptoms and variables such as chronic illness-related shame and emotional regulation processes (self compassion and psychological flexibility) in the MRKH community. The study was conducted on a sample of 50 participants aged between 18 and 60 (M = 30.28; SD = 10.74), who were invited to complete an online sociodemographic and clinical questionnaire and the following self-report instruments: the Anxiety, Depression and Stress Scales (DASS-21), the Compassionate Engagement and Action Scales (CEAS), the Chronic Ilness-Related Shame Scale (CISS) and PsyFlex. When the dependent variable considered was depressive symptoms, the variables that proved to be significantly associated were chronic illness-related shame (β = .32; p = .009) and psychological flexibility (β = -.30; p = .019). Similarly, when the dependent variable was anxiety symptoms, it was found that chronic illness-related shame (β = .37; p = .007) and psychological flexibility (β = -.27; p = .047) also played a relevant role. Regarding stress symptoms, the variable that proved to be significantly associated was psychological flexibility (β =-.35; p = .015). In summary, the results reinforce the relevance of psychological flexibility as a potentially potentially protective factor concerning depressive, anxiety and stress symptoms, and the consistent association between shame and symptoms of depression and anxiety also underlines the central role of this emotion in intensifying negative emotional states.
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Casais sem Filhos: perspetiva desenvolvimental, satisfação conjugal e com a vida
(ISMT, 2024) Costa, Sandrina Teixeira; Pimentel, Inês (Orientadora)
Objetivos: O objetivo principal deste estudo foi contribuir para o conhecimento acerca do funcionamento dos casais sem filhos, independentemente das razões subjacentes, e como esses casais evoluem ao longo do tempo e as forças que identificam em si próprios. Especificamente, o objetivo era identificar crises e mudanças percebidas como importantes no desenvolvimento desses relacionamentos, analisar os motivos pelos quais as pessoas não têm filhos e examinar a satisfação conjugal e a satisfação com a vida, em função da duração da relação e da fase do ciclo vital do casal em que cada pessoa se encontra. Metodologia: O presente estudo é de metodologia quantitativa e de natureza transversal. Participaram nesta investigação 104 sujeitos com idades compreendidas entre os 20 e os 58 anos. Os dados foram recolhidos através de um questionário no Google Forms, que continha respostas abertas e fechadas. Os instrumentos aplicados foram o questionário sociodemográfico, Escala de Ajuste Diádico Revisto (Pereira et al., 2010) e a Escala de Satisfação com a Vida (Baptista, 2011). Resultados: Os resultados revelaram que a maioria dos participantes (48,1%) deseja ter filhos, mas ainda não conseguiu concretizar esse desejo, enquanto que 18,1% optaram por não ter filhos para manter a liberdade pessoal. Em relação aos momentos mais marcantes na trajectória dos seus relacionamentos, os eventos mais frequentemente mencionados foram rituais como pedidos de namoro e casamento (53,8%), seguidos pela decisão de coabitação (47,1%). Quando questionados sobre os recursos e forças dos seus relacionamentos, 75% dos participantes consideraram os valores comuns como o maior recurso, seguidos pelo amor e afeto (37,5%). A análise do ajustamento diádico mostrou altos níveis de consenso em questões religiosas, demonstração de afeto e tomada de decisões importantes. Não encontrámos uma influência significativa do tempo de relacionamento nem da idade dos participantes na satisfação conjugal e na satisfação com a vida. Conclusão: Os resultados demonstram que as razões pelas quais as pessoas não têm filhos são diversas e geralmente relacionadas a desejos ou preferências de estilo de vida que ainda não foram alcançados. Valores comuns e amor são vistos como principais recursos de força, enquanto rituais e coabitação são eventos importantes na trajetória desenvolvimental dos casais sem filhos. A satisfação conjugal e com a vida são elevadas nestes casais e a duração do relacionamento não teve um impacto significativo nestas variáveis, sugerindo que os fatores individuais e contextuais podem ser mais importantes. Ao interpretar os resultados e planear futuras pesquisas, fatores como o tamanho da amostra e o tipo de dados autodeclarados devem ser levados em consideração. | Objectives: The main objective of this study was to contribute to knowledge about the functioning of childless couples, regardless of the underlying reasons, and how these couples evolve over time and the strengths they identify in themselves. Specifically, the aim was to identify crises and changes perceived as important in the development of these relationships, to analyze the reasons why people don't have children and to examine marital satisfaction and satisfaction with life, depending on the duration of the relationship and the stage of the couple's life cycle in which each person finds themselves. Methodology: This is a quantitative, cross-sectional study. A total of 104 subjects aged between 20 and 58 years old took part in the study. The data was collected using a questionnaire on Google Forms, which contained open and closed answers. The instruments used were a sociodemographic questionnaire, the Revised Dyadic Adjustment Scale (Pereira et al., 2010) and the Life Satisfaction Scale (Baptista, 2011). Results: The results revealed that the majority of participants (48.1%) wish to have children but have not yet been able to fulfill this wish, while 18.1% have chosen not to have children in order to maintain personal freedom. With regard to the most significant moments in the trajectory of their relationships, the most frequently mentioned events were rituals such as dating and marriage proposals (53.8%), followed by the decision to cohabit (47.1%). When asked about the resources and strengths of their relationships, 75% of the participants considered common values to be the greatest resource, followed by love and affection (37.5%). The analysis of dyadic adjustment showed high levels of consensus on religious issues, showing affection and making important decisions. We found no significant influence of length of relationship or age of participants on marital satisfaction and life satisfaction. Conclusion: The results show that the reasons why people do not have children are diverse and generally related to desires or lifestyle preferences that have not yet been achieved. Common values and love are seen as the main resources of strength, while rituals and cohabitation are important events in the developmental trajectory of childless couples. Marital and life satisfaction are high in these couples and the length of the relationship did not have a significant impact on these variables, suggesting that individual and contextual factors may be more important. When interpreting the results and planning future research, factors such as sample size and the type of self-reported data should be taken into consideration.
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Qualidade de Vida Física em Doentes com Condições Neurodegenerativas: uma abordagem empírica multivariada
(ISMT, 2024) Portela, Beatriz Oliveira; Carvalho, Teresa (Orientadora)
Introdução: Tratamentos farmacológicos podem retardar a progressão das doenças com condições clínicas neurodegenerativas (DCCNs), embora estas continuem a comprometer a qualidade de vida (QoL) física dos doentes. É necessário aprofundar a investigação sobre a contribuição conjunta de fatores de natureza física e psicológica para a QoL física das pessoas com DCCNs. Objetivos: Explorar um novo modelo explicativo da QoL física em pessoas com DCCNs, composto pelos seguintes regressores: incapacidade geral, fadiga, dor neuropática – condições clínicas associadas à neurodegeneração –, sintomas de ansiedade e de stresse – psicopatologia –, evitamento experiencial, mindfulness, vida valorizada e plenitude na vida – processos de (in)flexibilidade psicológica. Método: Este estudo transversal incluiu 193 e 200 participantes, respetivamente, com e sem DCCNs. Utilizaram-se os seguintes instrumentos de autorresposta: um questionário sociodemográfico e clínico, World Health Organization–Brief Quality of Life Assessment Scale, Depression Anxiety and Stress Scales-21, Escalas Analógicas Visuais do Pain Detect Questionnaire e da Fadiga, World Health Organization Disability Assessment Schedule–12, Acceptance and Action Questionnaire–II, Self-Compassion Scale, Engaged Living Scale–short form. Resultados: As potenciais variáveis explicativas da QoL física diferenciaram-se entre os grupos, exceto o mindfulness e a vida valorizada, não tendo sido incluídas do modelo de regressão linear múltipla (RLM). Na amostra com DCCNs, idade, escolaridade e as covariáveis previamente retidas correlacionaram-se com a QoL física. A incapacidade geral e os sintomas de stresse foram excluídos da RLM devido a valores de correlações sugestivos de colineariedade. Idade, escolaridade, dor neuropática, fadiga, sintomas de ansiedade e plenitude na vida explicaram a QoL física em regressões lineares simples, tendo sido incluídas no modelo multivariado. Este modelo explicou 61.5% da variância da QoL física. Idade, dor neuropática, fadiga e sintomatologia ansiosa foram negativamente associadas com a QoL física, enquanto escolaridade, evitamento experiencial e plenitude na vida exibiram associações positivas. Discussão: Este estudo forneceu evidencias preliminares que suportam a importância de considerar a idade, dor neuropática, fadiga e sintomatologia ansiosa como fatores de vulnerabilidade para uma pobre QoL física em pessoas com DCCNs. Escolaridade, evitamento experiencial e plenitude na vida podem ter um efeito protetor. Estes resultados têm implicações para o desenvolvimento de programas de intervenções destinados a melhorar a QoL física na referida população clínica. | Introduction: Pharmacological treatments con slow the progression of diseases with neurodegenerative clinical conditions (DNCCs), yet these diseases continue to impair patients' physical quality of life (QoL). Further research is needed on the combined contribution of physical and psychological factors to physical QoL in DNCCs patients. Objectives: To explore a novel explanatory model of physical QoL in people with DNCCs, composed of the following regressors: global disability, fatigue, neuropathic pain – clinical conditions associated with neurodegeneration –, anxiety and stress symptoms – psychopathological conditions –, experiential avoidance, mindfulness, valued living and life fulfilment - processes of psychological (in)flexibility. Method: This cross-sectional study included 193 and 200 participants with and without DNCCs, respectively. The following self-report instruments were used: a sociodemographic and clinical questionnaire, World Health Organization-Brief Quality of Life Assessment Scale, Depression Anxiety and Stress Scales-21, Visual Analogue Scale of the Pain Detect Questionnaire, Visual Analogue Scale of Fatigue, World Health Organization Disability Assessment Schedule–12, Acceptance and Action Questionnaire–II, Self-Compassion Scale, Engaged Living Scale–short form. Results: All potential explanatory variables of physical QoL differed between groups, except mindfulness and valued living which were not included in the multiple linear regression model (MLR). In DNCCs sample, age and education and the previously retained covariates correlated with physical QoL, but general disability and stress symptoms were excluded from the MLR because they exhibited correlation values suggestive of collinearity. Age, education, neuropathic pain, fatigue, anxiety symptoms and life fulfilment explained physical QoL in simple linear regression models and were included in the multivariate model. This model explained 61.5% of variance in physical QoL. Age, neuropathic pain, fatigue and anxiety symptoms were negatively associated with physical QoL, while education, experiential avoidance and life fulfilment exhibited positive associations. Discussion: This study provides preliminary evidence supporting the importance of considering age, neuropathic pain, fatigue and anxiety as vulnerability factors for poor physical QoL in DNCCs patients. Education, experiential avoidance and sense of life fulfilment may have protective effects. These findings have implications for developing targeted interventions programs to improve physical QoL in this clinical population.
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Contributo de Condições Clínicas e de Estratégias de Regulação Emocional para a Sintomatologia Depressiva em Doentes com Neurodegeneração: um modelo preliminar
(ISMT, 2024) Costa, Nair Rego; Carvalho, Teresa (Orientadora)
Introdução: Doenças com condições clínicas neurodegenerativas (DCCNs) afetam pessoas com idades variadas, são crónicas, podem apresentar um curso progressivo e ser bastante debilitantes. A depressão tende a coocorrer com as DCCNs. Todavia, é escasso o conhecimento empírico sobre o efeito conjunto de condições clínicas decorrentes da neurodegeneração e de estratégias de regulação emocional disfuncionais na explicação da sintomatologia depressiva em doentes com neurodegeneração. Objetivos: Analisar um modelo preliminar, no qual a incapacidade global, dor neuropática, fadiga (condições clínicas resultantes da neurodegeneração), dificuldade em identificar sentimentos (alexitimia) e supressão de pensamento (estratégias de regulação emocional disfuncionais) explicam conjuntamente a sintomatologia depressiva em doentes com DCCNs. Método: Este estudo transversal incluiu 163 doentes diagnosticados com DCCNs e 189 indivíduos da população geral sem DCCNs, ambos sem outras patologias do foro neurológico. Foram administrados os seguintes instrumentos de autorresposta: um questionário sociodemográfico e clínico, Escala de Depressão da Depression, Anxiety and Stress Scales-21, World Health Organization Disability Assessment Schedule-12 itens, Escalas Analógicas Visuais do Pain Detect Questionnaire e da Fadiga, Toronto Alexithymia Scale-20, White Bear Suppression Inventory. Resultados: Os sintomas depressivos e a totalidade das suas potenciais variáveis explicativas diferenciaram-se estatisticamente entre os participantes com e sem DCCNs. Na amostra com DCCNs, as potenciais variáveis explicativas dos sintomas depressivos correlacionaram-se com estes e relevaram-se regressores significativos de tais sintomas em modelos de regressão linear simples. Os referidos resultados permitiram selecionar a dor neuropática, fadiga, incapacidade global, dificuldade em identificar sentimentos e supressão de pensamento como covariáveis do modelo de regressão linear múltipla. Neste modelo multivariado, fadiga, incapacidade global e dificuldades em identificar sentimentos (alexitimia) explicaram conjunta e significativamente 51.7% da variância da sintomatologia depressiva e os seus coeficientes de regressão estandardizados positivos indicaram que quando estas variáveis aumentaram, aumentaram os sintomas depressivos nos indivíduos com DCCNs. Discussão: Os resultados forneceram evidências preliminares para a clínica e para a investigação sobre a relevância de ser considerado o contributo conjunto de condições clínicas resultantes da neurodegeneração e de estratégias mal adaptativas de regulação emocional como variáveis que podem aumentar a vulnerabilidade à depressão em pessoas com DCCNs, concretamente, a fadiga, a incapacidade global e a dificuldades em identificar sentimentos relacionada com a alexitimia. Estas variáveis devem ser consideradas nos tratamentos da depressão nos referidos doentes. | Introduction: Diseases with neurodegenerative clinical conditions (DNCCs) affect people of varying ages, are chronic, can have a progressive course and can be very debilitating. Depression tends to co-occur with DNCCs. However, there is little empirical knowledge about the joint effect of clinical conditions resulting from neurodegeneration and dysfunctional emotional regulation strategies in explaining depressive symptoms in patients with neurodegeneration. Objectives: To analyze a preliminary model in which global disability, neuropathic pain, fatigue (clinical conditions resulting from neurodegeneration), difficulty in identifying feelings (alexithymia) and thought suppression (dysfunctional emotional regulation strategies) jointly explain depressive symptoms in patients with DNCCs. Method: This cross-sectional study included 163 patients diagnosed with DNCCs and 189 individuals from the general population without DNCCs, both without other neurological pathologies. The following self-administered instruments were administered: a sociodemographic and clinical questionnaire, Depression Scale, Anxiety and Stress Scales-21, World Health Organization Disability Assessment Schedule-12 items, Pain Detect Questionnaire and Fatigue Visual Analogue Scales, Toronto Alexithymia Scale-20, White Bear Suppression Inventory. Results: Depressive symptoms and all their potential explanatory variables differed statistically between participants with and without DNCCs. In the sample with DNCCs, the potential explanatory variables of depressive symptoms correlated with them and were significant regressors of such symptoms in simple linear regression models. These results made it possible to select neuropathic pain, fatigue, global disability, difficulty identifying feelings and thought suppression as covariates in the multiple linear regression model. In this multivariate model, fatigue, general disability and difficulty identifying feelings (alexithymia) jointly and significantly explained 51.7% of the variance in depressive symptomatology and their positive standardized regression coefficients indicated that when these variables increased, depressive symptoms increased in individuals with DNCCs. Discussion: The results provided preliminary evidence for the clinic and for research into the relevance of considering the joint contribution of clinical conditions resulting from neurodegeneration and maladaptive emotion regulation strategies as variables that can increase vulnerability to depression in people with DNCCs, specifically fatigue, general disability and difficulties in identifying feelings related to alexithymia. These variables should be considered when treating depression in these patients.