Percorrer por autor "Carreiras, Diogo"
A mostrar 1 - 3 de 3
Resultados por página
Opções de ordenação
- ItemO Efeito da Impulsividade, Autoaversão e Autocompaixão nos Traços Borderline na Adolescência: estudo das diferenças entre sexos(Departamento de Investigação & Desenvolvimento, 2020-05-30) Carreiras, Diogo; Castilho, Paula; Cunha, MarinaContexto: A adolescência é uma etapa desenvolvimental com mudanças biológicas, psicológicas e sociais que irão influenciar o funcionamento na idade adulta. A investigação em torno das Perturbações da Personalidade, e em particular da Perturbação Borderline da Personalidade (PBP), tem cada vez mais investido no estudo de traços disfuncionais e inflexíveis em idades precoces, uma vez que é claro que uma Perturbação da Personalidade não se manifesta apenas subitamente na idade adulta. Existe uma trajetória desenvolvimental que deve ser melhor compreendida e explorada. Objetivo: Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo analisar o contributo de processos e mecanismos psicológicos, como a impulsividade, autoaversão e autocompaixão, para a compreensão dos traços borderline na adolescência. Método: Este estudo tem um desenho transversal e uma amostra constituída por 440 adolescentes da população geral (278 raparigas e 162 rapazes), com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos. Com recurso ao SPSS, realizaram-se testes t para amostras independentes, correlações de Pearson e regressões lineares. Resultados: As raparigas, quando comparadas com os rapazes, apresentaram níveis mais elevados de autoaversão, depressão e traços borderline e níveis mais baixos de autocompaixão. Os modelos de regressão hierárquica para testar o poder preditivo da impulsividade, autoaversão e autocompaixão nos traços borderline foram significativos, explicando 46% da variância dos traços borderline em rapazes e 58% nas raparigas, controlando o efeito da depressão. Enquanto que nas raparigas, todas as variáveis apresentaram um contributo significativo (depressão, impulsividade, autocompaixão e autoaversão), nos rapazes apenas a depressão, impulsividade e autocompaixão revelaram poder preditivo. Conclusões: Os dados desta investigação salientam variáveis essenciais para compreender os traços borderline em adolescentes, bem como as diferenças nesses mecanismos psicológicos entre raparigas e rapazes, tendo significativas implicações para a investigação e, sobretudo, para a prática clínica e prevenção.
- ItemAs Emoções à Flor da Pele: estudo de validação da escala de reatividade emocional para a população portuguesa(Departamento de Investigação & Desenvolvimento do Instituto Superior Miguel Torga, 2022-08-03) Santos, Fabiana; Carreiras, Diogo; Lemos, Laura; Cunha, MarinaContexto: A reatividade emocional está associada à apresentação de respostas afetivas intensas e prolongadas a vários estímulos, o que, por sua vez, está relacionado com mais probabilidade de experienciar sintomas psicopatológicos. Objetivo: Realizar a tradução e validação da Emotion Reativity Scale (Escala de Reatividade Emocional, ERE) para português, através do estudo das suas qualidades psicométricas, análise fatorial confirmatória, estabilidade temporal, validade convergente e divergente. Métodos: Participaram 402 adultos da população geral, 275 mulheres e 127 homens, com uma idade média de 40,01 anos (DP = 10,30). A amostra de conveniência foi recolhida online e os participantes preencheram questionários de autorresposta. Resultados: Os modelos do autor original da ERE foram testados e a versão com melhor ajustamento estatístico foi a unidimensional com sete itens (RMSEA = 0,08; CFI = 0,97; TLI = 0,95; SRMR = 0,03). O total da ERE apresentou correlações positivas com traços de personalidade borderline, sintomas depressivos, de ansiedade e de stress e correlações negativas com a qualidade de vida, o que sustentou a validade convergente e divergente da medida. Relativamente à consistência interna, a ERE de sete itens demonstrou um alfa de Cronbach de 0,91. A estabilidade temporal da medida foi comprovada pela correlação forte entre o primeiro e o segundo preenchimento da ERE quatro semanas depois. O género feminino obteve pontuações de reatividade emocional mais elevadas do que o masculino e não houve uma relação significativa entre a ERE e a idade. Conclusões: A versão portuguesa da ERE parece ser uma medida válida e fidedigna para a avaliação da reatividade emocional. Isto é relevante tanto a nível clínico como para a investigação, uma vez que esta medida permite identificar de forma precoce a predisposição dos indivíduos para sentirem as emoções de forma mais intensa, o que está associado a maior probabilidade de experienciar sintomas psicopatológicos. / Background: Emotional reactivity is associated with exhibiting intense and prolonged affective responses to several stimuli, which is related to an increased likelihood of experiencing psychopathological symptoms. Objective: To translate and validate the Emotion Reactivity Scale (ERS) to Portuguese by studying its psychometric qualities, confirmatory factor analysis, temporal stability, and convergent and divergent validity. Methods: In this study participated 402 adults from the general population, 275 women and 127 men, with a mean of 40.01 years old (SD=10.30). The convenience sample was recruited online, and participants completed self-report questionnaires. Results: The original models of theERS were tested and the unidimensional 7-item version was the one with better statistical fit (RMSEA=0.08; CFI=0.97; TLI=0.95; SRMR=0.03). The total ERS showed positive correlations with borderline personality traits, depressive, anxiety, and stress symptoms and negative correlations with quality of life, sustaining convergent and divergent validity. Considering internal consistency, the 7-item ERS version presented a Cronbach's alpha of .91. Temporal stability was supported by the strong correlation between the first and second moments of completing the ERS withina 4-week interval. Females presented higher emotional reactivity scores than males, and there was no significant relationship between the ERS and age. Conclusions: The Portuguese version of the ERS seems to be a valid and reliable instrument for evaluating emotional reactivity. This is relevant at a clinical and research level because this instrument allows the early identification of the predisposition to feel emotions more intensely, which is related to an increased likelihood of experiencing psychopathological symptoms.
- ItemWhat Stands between Self-disgust and Borderline Features? The need to cultivate self-compassion in adolescents from Portugal(Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra - FPCEUC, 2021-12-28) Carreiras, Diogo; Castilho, Paula; Cunha, MarinaA Pertubação Borderline da Personalidade (PBP) é caracterizada por instabilidade emocional, relacionamentos intáveis, sentimentos de abandono e vazio, impulsividade e auto-dano. Uma auto-imagem instável é também uma característica borderline comum, muitas vezes marcada por auto-criticismo, auto-ódio e sentido de aversão direcionados a aspetos do eu. Considerando o percurso desenvolvimental da PBP, é essencial agir em idades precoces com adolescentes que denotam traços borderline crescentes e persistentes. Este estudo procurou testar o papel mediador da auto-compaixão na relação entre a auto-aversão e traços borderline em adolescentes portugueses. Os participantes foram 655 adolescentes (381 raparigas e 274 rapazes) com uma média de idade de 15.58 anos (DP = 1.51), que completaram questionários de autorresposta na escola. Os dados foram analizados através do SPSS e PROCESS Macro para realizar estatísticas descritivas, comparações, correlações e regressões. Os resultados mostraram que a autocompaixão mediou a relação entre a auto-aversão e os traços borderline. O modelo de mediação explicou 51% dos traços borderline e o género foi incluído como covariável, uma vez que as raparigas apresentaram maior auto-aversão e traços borderline e menor autocompaixão do que os rapazes. Estes resultados indicam que cultivar competências auto-compassivas em adolescentes pode ser um potencial mecanismo de regulação positivo para o efeito da auto-aversão nos traços borderline. / Borderline personality disorder (BPD) is characterized by emotional instability, unstable relationships, feelings of abandonment and emptiness, impulsivity, and self-harm. An unstable self-image is also a common borderline feature, often marked by self-criticism, self-hate and feeling of disgust towards aspects of the self. Considering the developmental path of BPD, it is essential to act at early ages with adolescents that show growing and persistent borderline features. The present study aimed to test the mediation role of self-compassion in the relationship between self-disgust and borderline features in Portuguese adolescents. Participants were 655 adolescents (381 girls and 274 boys) with an average of 15.58 years old (SD = 1.51), who completed self-report questionnaires at school. Data were analyzed through SPSS and PROCESS Macro to perform descriptive statistics, comparisons, correlations and regressions. Results showed that self-compassion mediated the relationship between self-disgust and borderline features. The mediation model explained 51% of borderline features and gender was used as a covariate, considering that girls exhibited higher self-disgust and borderline features, and lower self-compassion than boys. These findings indicate that cultivating self-compassion skills in adolescents could be a potential positive regulation mechanism for self-disgust’s effect on borderline features.