Experiência de Solidão e Idade Avançada durante a Pandemia COVID-19: estudo comparativo numa amostra da população residente em Portugal

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Data
2022
Autores
Costa, Jéssica Pereira
Vicente, Henrique (Orientador)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: Considerando a incidência e impacto da COVID-19 na população idosa, extensamente documentada na literatura, emerge a questão do impacto que o maior retraimento do entorno social envolvente contempla neste segmento populacional, nomeadamente ao nível da experiência de solidão. Objetivo: Analisar comparativamente os sentimentos de solidão durante um período de confinamento derivado da pandemia COVID-19 em três grupos: população geral, pertença a grupo de risco, idosos; analisar as correlações entre sentimentos de solidão, variáveis sociodemográficas, vivências específicas da pandemia e perceção de áreas de vida afetadas nos três grupos. Método: Para o presente estudo foram utilizados um questionário sociodemográfico e de vivência da pandemia e a Escala da Solidão – versão reduzida (Daniel et al., 2020). Este protocolo foi aplicado a uma amostra de 1020 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 84 anos. A subamostra de idosos (idade igual ou superior a 65 anos) inclui 94 respondentes; a subamostra da população geral engloba 730 participantes; a subamostra de indivíduos pertencentes a grupos de risco inclui 196 respondentes. Resultados: Os idosos apresentam os menores níveis de solidão durante a pandemia COVID 19, quando comparados com outros indivíduos adultos e/ou pertencentes a grupos de risco. A solidão na população em geral parece estar negativamente associada à idade, com os mais novos a experienciarem mais sentimentos de solidão. Na subamostra de idosos não foram identificadas associações estatisticamente significativas entre sociodemografia, vivências da pandemia e solidão, embora seja importante ressalvar que aqueles que apresentam maiores níveis de escolaridade revelem menos solidão. Na população geral e entre aqueles que pertencem a grupos de risco verificaram-se diversas associações significativas entre sociodemografia e solidão. A subamostra de idosos reporta os menores índices de impacto da pandemia em diversas áreas de vida. A perceção de impacto negativo na saúde mental está associada a maiores níveis de solidão nas três subamostras em estudo. Conclusão: Apesar dos menores níveis de solidão encontrados entre a população idosa, importa assinalar o importante papel que o impacto percebido na saúde mental pode deter na experiência de solidão, transversal a todas as faixas etárias, bem como o papel protetor que níveis mais elevados de habilitações literárias parece deter entre os idosos. / Introduction: Considering the incidence and impact of COVID-19 in the older adult population, extensively documented in the literature, the question emerges regarding the impact that a greater withdrawal of the surrounding social environment has on this population segment, namely the experience of loneliness. Objective: To comparatively analyze the feelings of loneliness during a period of confinement derived from the pandemic COVID-19 in three groups: general population, belonging to a risk group, older adults; to analyze the correlations between feelings of loneliness, sociodemographic variables, specific experiences of the pandemic and perception of affected life areas in the three groups. Method: For the present study, a sociodemographic and pandemic experience questionnaire and the Loneliness Scale - reduced version (Daniel et al., 2020) were used. This protocol was applied to a sample of 1020 participants, aged between 18 and 84 years. The older adult sub sample (aged 65 years and older) includes 94 respondents; the general population sub-sample includes 730 participants; the risk group sub-sample includes 196 respondents. Results: Older people have the lowest levels of loneliness during the COVID-19 pandemic when compared to other adult and/or risk group individuals. Loneliness in the general population appears to be negatively associated with age, with younger people experiencing more feelings of loneliness. In the older adult sub-sample, no statistically significant associations were identified between socio-demographics, experiences of the pandemic and loneliness, although it is important to note that those with higher levels of education show less loneliness. In the general population and among those belonging to risk groups, there were several significant associations between sociodemographics and loneliness. The older adult sub-sample reports the lowest rates of pandemic impact in several areas of life. Perceived negative impact on mental health is associated with higher levels of loneliness in all three sub samples. Conclusion: Despite the lower levels of loneliness found among the elderly population, it is important to point out the important role that the perceived impact on mental health may have on the experience of loneliness, across all age groups, as well as the protective role that higher levels of education seem to have among the elderly.
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Palavras-chave
Covid-19 - Covid-19, Solidão - Loneliness, Idosos - Elderly, Pandemia - Pandemic, Grupo de risco - Risk group
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