Consumo de Tabaco em Estudantes de Enfermagem e Psicologia: a importância da formação/currículo

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Data
2014
Autores
Domingues, Carlos Manuel Inêz
Marques, Mariana (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde o tabaco é a segunda maior causa de morte e um importante fator de risco para diferentes doenças em todo o mundo. Os profissionais de saúde podem desempenhar funções importantes na pedagogia, promoção e alteração de comportamentos lesivos à saúde dos indivíduos, como o tabagismo. As instituições são responsáveis pelos conteúdos curriculares promotores destas funções. Foram nossos objetivos: caraterizar os estudantes do 1º ano de mestrado dos cursos de Enfermagem e de Psicologia quanto à prevalência do consumo de tabaco, atitudes, exposição a ambientes de fumo e formação sobre o tabaco; comparar os estudantes dos dois cursos nessas mesmas variáveis, explorando, em particular, se a formação acerca de aspetos relativos ao tabaco se associa (separadamente, em cada curso e comparativamente) a uma menor/maior prevalência de consumo do tabaco, a comportamentos de cessação e diferentes atitudes face ao tabaco. Métodos: 116 alunos do 1º ano do mestrado em Enfermagem (n = 59; 50,86%) e Psicologia (n = 57; 49,14%), com uma média de idades, respetivamente, de 23,6 (desvio padrão/DP = 4,89) e 29,7 (DP = 10,40) forneceram o consentimento informado para preencher o Global Health Professional Survey (GHPS), composto por 41 questões. Resultados: De uma forma geral, os alunos de ambos os cursos apresentaram respostas no mesmo sentido nas diferentes questões do instrumento. Em ambos os cursos a maioria já experimentara fumar (Psicologia, n = 49, 86,0%; Enfermagem, n = 52, 88,1%) tendo iniciado o consumo entre os 11 e os 15 anos (Psicologia, n =25, 43,9%; Enfermagem, n = 20, 32,9%). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os dois cursos na maioria das questões sobre formação, mas a proporção de alunos que afirmou que o regulamento da sua escola “proíbe fumar”, que afirmou ter aprendido a abordagem a utilizar para deixar de fumar, bem como a importância do registo do tabaco e de fornecer materiais de apoio para apoiar os pacientes a cessar o consumo foi maior no curso de Enfermagem. Discussão: No geral, não pareceram existir diferenças quanto ao consumo, atitudes, exposição a ambientes de fumo e formação entre os dois cursos mas o currículo (ou a forma como é lecionado) do curso de Enfermagem parece deixar os alunos mais conscientes do papel que podem ter, enquanto profissionais, na cessação de comportamentos de consumo. / Introduction: According to the World Health Organization, tobacco is the second major cause of death and a major risk factor for various diseases worldwide. Health professionals can play important roles in teaching, promoting and changing harmful behaviors to the individual’s health, such as smoking. Educational institutions are responsible for the curricula contents that promote these roles. Our goals were to: characterize students in the 1st Master´s year in Nursing and Psychology on tobacco use prevalence, attitudes, exposure to smoking environments and training about tobacco; compare the students of the two courses in the same variables, exploring particularly if the education about tobacco is associated (separately in each course and comparatively) to a lower/higher prevalence of tobacco use, to cessation behaviors and different attitudes towards tobacco. Methods: 116 students in the 1st Nursing (n = 59; 50,86%) and Psychology Master´s year (n = 57; 49,14%), with a mean age, respectively, of 23,6 (standard deviation/SD = 4,89) and 29,7 (SD = 10,40) provided informed consent to fill the Global Health Professional Survey (GHPS), consisting of 41 questions. Results: In general, students from both courses presented answers in the same direction in different variables from the instrument. In both courses the majority had already experienced smoking (Psychology, n = 49, 86,0%; Nursing, n = 52, 88,1%), having initiated consuming between 11 and 15 years (Psychology, n = 25, 43,9%; Nursing, n = 20, 32,9%). There were no statistically significant differences between the two courses on most questions concerning training, but the proportion of students who said that the school regulation "prohibits smoking", who claimed to have learned the approach to be used for smoking cessation, as well as the importance of tobacco registration and of providing support materials to assist patients in ceasing consumption, was higher in the Nursing course. Discussion: Overall, there did not seem to exist differences regarding consumption, attitudes, exposure to smoking environments and training between the two courses, but the curriculum (or the way it is taught) in the Nursing course seems to make them more aware of the role that they might have as professionals in the cessation of consumption behaviors.
Descrição
Palavras-chave
Hábitos tabágicos - Smoking habits, Estudantes - Students, Formação - Training, Enfermagem - Nursing, Psicologia - Psychology
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