Pró-sociabilidade e Saúde Mental: validação da versão portuguesa da Prosocialness Scale for Adults
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Data
2023
Autores
Tomás, Ana Beatriz da Costa
Cunha, Marina (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Objetivo: Traduzir e validar a Prosocialness Scale for Adults (PSA) para a população portuguesa. Pretendeu-se analisar a estrutura fatorial da escala, a fidedignidade e qualidade dos itens, avaliar a estabilidade temporal e analisar a validade convergente e divergente através da correlação entre a PSA e outros construtos de interesse (flexibilidade psicológica, autocompaixão, sintomas psicopatológicos e saúde mental) e variáveis sociodemográficas (idade e sexo). Método: A amostra englobou 351 participantes (280 do sexo feminino, 70 do sexo masculino), com idades entre 18 e 69 anos (M = 34.54, DP = 13.24). O protocolo englobou questões sociodemográficas, a versão portuguesa da PSA e escalas que avaliaram estados emocionais negativos (PHQ-4), a flexibilidade psicológica (Psy-Flex), a autocompaixão (SCS-SF) e a perceção de saúde mental (MHC-SF). A PSA foi aplicada duas vezes, com um intervalo de 4 semanas, numa subamostra de 145 indivíduos para o estudo da fidedignidade teste-reteste. Resultados: O modelo unidimensional e o modelo de dois fatores correlacionados (ações pró-sociais e sentimentos pró-sociais) foram os modelos fatoriais que mostraram índices de ajustamento aceitáveis. O score global de pró-sociabilidade mostrou uma consistência interna excelente e uma boa fidedignidade teste-reteste. Resultados idênticos foram encontrados para as dimensões ações pró-sociais e sentimentos pró-sociais. A PSA apresentou associações positivas significativas com a flexibilidade psicológica, a saúde mental e autocompaixão (quer no score global, quer nas dimensões de autobondade, humanidade comum e de mindfulness). Não revelou qualquer associação significativa com os estados emocionais negativos (ansiedade, depressão) e com as dimensões negativas da autocompaixão (isolamento, sobreidentificação e autojulgamento). Adicionalmente, a idade mostrou uma associação negativa com a PSA. O sexo feminino revelou valores significativamente mais elevados no índice global da PSA e sentimentos pró-sociais, comparativamente ao sexo masculino. Conclusão: A versão portuguesa da PSA demonstrou ser apropriada e fidedigna para avaliar os comportamentos associados à pró-sociabilidade na população de adultos. | Objective: To translate and validate the Prosocialness Scale for Adults (PSA) for the Portuguese population. It was intended to analyze the factorial structure of the scale, the reliability and quality of the items, evaluate the temporal stability and analyze convergent and divergent validity through the correlation between the PSA and other constructs of interest (psychological flexibility, self-compassion, psychopathological symptoms, and mental health) and sociodemographic variables (age and gender). Method: The sample comprised 351 participants (280 female, 70 male) aged 18 to 69 years (M = 34.54, SD = 13.24). The protocol included sociodemographic questions, the Portuguese version of the PSA and scales that assessed negative emotional states (PHQ-4), psychological flexibility (Psy-Flex), self-compassion (SCS-SF) and mental health perception (MHC-SF). The PSA was applied twice, with an interval of 4 weeks, in a subsample of 145 individuals for the test-retest reliability study. Results: The one-dimensional model and the two-factor correlated model (prosocial actions and prosocial feelings) were the factor models that showed acceptable fit indices. The overall prosociality score showed excellent internal consistency and good test-retest reliability. Identical results were found for the prosocial actions and prosocial feelings dimensions. The PSA showed significant positive associations with psychological flexibility, mental health, and self-compassion (both in the overall score and the dimensions of self-kindness, common humanity, and mindfulness). It did not reveal any significant association with negative emotional states (anxiety, depression) and negative dimensions of self-compassion (isolation, overidentification and self-judgment). Additionally, age showed a negative association with PSA. The female gender revealed significantly higher values in the global PSA index and prosocial feelings compared to male gender. Conclusion: The Portuguese version of the PSA proved to be appropriate and reliable for assessing behaviors associated with prosociality in the adult population.