Sintomatologia Depressiva e Redes Sociais Pessoais de Idosos
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Data
2014
Autores
Viegas, Ana Cláudia Mogo
Guadalupe, Sónia (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Objetivos: O presente estudo tem como objetivo analisar a associação entre a sintomatologia depressiva e as características estruturais, funcionais e relacionais-contextuais das redes sociais pessoais de idosos. Metodologia: Para a avaliação das variáveis em estudo foram utilizados: um questionário para caracterização sociodemográfica e familiar do idoso; a Geriatric Depression Scale Short Form 15 (GDS-15) (Yesavage et al., 1983; Almeida & Almeida, 1999) para avaliar os sintomas depressivos; o Instrumento de Análise da Rede Social Pessoal, versão para idosos (IARSP – Idosos) (Guadalupe, 2010; Guadalupe & Vicente, 2012) para avaliar as dimensões da rede social pessoal. Participantes: A amostra é constituída por 317 idosos, maioritariamente do sexo feminino (63,7%), com idades compreendidas entre os 75 e os 85 anos (44,5%); casados ou em união facto (50,5%) e com o 4º ano de escolaridade (51,1%). A maioria dos idosos inquiridos tem filhos (85,8%), vive na sua própria casa (77,0%) e não usufrui de qualquer tipo de apoio de resposta social (67,2%). Resultados: Os resultados obtidos demonstram que os idosos do sexo feminino (p = 0,003), com idades entre os 75 e os 85 anos (p < 0,001), viúvos (p < 0,001) e sem apoio de respostas sociais (p = 0,001), são os que têm uma média mais elevada sintomatologia depressiva percebida. Ainda revelam estar menos satisfeitos com a sua rede social pessoal (p < 0,001). Por sua vez, os idosos sem sintomatologia depressiva apresentam uma média mais elevada no apoio material e instrumental (p = 0,037), no apoio informativo (p = 0,001), na companhia social (p = 0,004), no acesso a novos vínculos (p < 0,001), na reciprocidade de apoio (p < 0,001) e, demonstram ainda, estar “muito” satisfeitos com a sua rede social pessoal (p < 0,001). Conclusões: O nosso estudo revela que as redes sociais pessoas dos idosos não se diferenciam a nível estrutural e contextual entre os que apresentam e os que não apresentam sintomatologia depressiva, mas diferenciam-se a nível funcional. Os idosos sem sintomatologia depressiva têm uma perceção de níveis de suporte superiores no apoio material e instrumental (p = 0,037), no apoio informativo (p = 0,001), na companhia social (p = 0,004), no acesso a novos vínculos (p < 0,001), na reciprocidade de apoio (p < 0,001) e na satisfação com a sua rede social pessoal (p < 0,001). A relevância da sintomatologia depressiva nos idosos em Portugal e a importância das suas redes sociais pessoais, conjugadas com a evidência empírica, aconselham a promoção e o desenvolvimento de estratégias psicológicas para promover redes sociais mais salutogéneas e suportativas. / Objetives: The present study aims to analyze the association between the depressive symptoms and the structural, functional and relational-contextual characteristics of the personal social networks of the elderly population. Methodology: To assess the variables, we used a sociodemographic questionnaire, the Geriatric Depression Scale short form 15 (GDS 15) (Yesaves et al, 1983; Almeida & Almeida, 1999) to measure the depressive symptoms, and the Personal Social Network Analysis Tool (IARSP- elderly) (Guadalupe, 2010; Guadalupe & Vicente, 2012) to assess the dimensions of the personal social network. Participants: Our sample includes 317 Portuguese elderly people. The majority are women (63.7%), aged between 75 and 85 years old (44.5%); married (50.5%) and with basic school education (51.1%).The majority of the elderly have children ( 85.8%), live in their own home (77%) and don't beneficiate from social services (67.2 %). Results: The results showed that older women (p = 0.003), aged between 75 and 85 years old (p <0.001), widowed (p <0.001) and without support from social services (p = 0.001) are those that have a higher average of depressive symptomatology perception. These are the one that reveal to be less satisfied with their social network (p <0.001). In the other hand, the elderly without depressive symptoms have a higher average in the material and instrumental support (p = 0.037), in the informational support (p = 0.001), in the social company (p = 0.004), access to new bonds (p <0.001), reciprocity of support (p <0.001) and are "very" satisfied with their social network (p <0.001). Conclusions: Our study shows that the personal social networks of elderly people do not differentiate at the structural and contextual level between those who present depressive symptoms and those who do not present depressive symptoms, but are differentiated at the functional level. Elderly without depressive symptoms have perceived higher levels of social support in material and instrumental support (p = 0.037), in informational support (p = 0.001), and in social company (p = 0.004), access to new bonds (p <0.001), reciprocity of support (p <0.001) and satisfaction with to their social network (p <0.001). The relevance of depressive symptoms in the elderly in Portugal and the importance of their personal social networks, combined with empirical evidence, advise the promotion and the development of psychological strategies to promote more mental health-promoting and supporting social networks.
Descrição
Palavras-chave
Sintomatologia depressiva - Depressive symptoms, Rede social pessoal - Social network, Idosos - Elderly