Adaptação da Versão Portuguesa do Multidimensional Pychological Flexibility Inventory para Adolescentes: estrutura fatorial e propriedades psicométricas
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Data
2023
Autores
Flórido, Sara Daniela Dias
Cunha, Marina (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Objetivo: Adaptar a versão portuguesa do Multidimensional Psychological Flexibility Inventory (MPFI-24) para adolescentes. Foi investigada a estrutural fatorial do MPFI24-A, a qualidade dos itens e consistência interna, a estabilidade temporal da escala e a sua associação com variáveis de interesse e sociodemográficas. Métodos: A amostra foi composta por 269 adolescentes com idades entre os 12 e 18 anos e escolaridade entre o 7º e o 12º ano. Os adolescentes preencheram um conjunto de instrumentos de autorresposta que, para além do MPFI24-A, avaliavam a flexibilidade psicológica (PsyFlex A), os sintomas de depressão e ansiedade (DASS-21) e a perceção de saúde mental (MHC-SF). Uma subamostra de 38 adolescentes preencheu o MPFI24-A quatro semanas depois da primeira administração para analisar a fidedignidade temporal. Resultados: O modelo de seis fatores correlacionados e o modelo bifatorial foram os que melhor se ajustaram aos dados quando analisados separadamente para os índices de Flexibilidade e Inflexibilidade. O MPFI24-A demonstrou uma boa confiabilidade para os índices globais de Flexibilidade (α = .90) e Inflexibilidade (α = .85). Todos os fatores específicos de cada índice apresentaram valores de confiabilidade aceitáveis. O instrumento mostrou estabilidade temporal ao longo de um período de quatro semanas. A Flexibilidade Psicológica (FP) apresentou associações positivas fortes com a flexibilidade psicológica (avaliada pela PsyFlex-A) e com a perceção de saúde mental, assim como uma associação negativa moderada com a depressão e ansiedade. Por sua vez, a Inflexibilidade Psicológica (IP) apresentou o padrão oposto de associação de variáveis. A IP não demonstrou qualquer associação significativa com a flexibilidade psicológica medida pela PsyFlex-A. Os dois indicies do MPFI24-A apresentaram uma correlação positiva fraca entre si. Em relação às variáveis sexo, foram encontradas diferenças significativas, com os rapazes a apresentarem valores mais elevados de FP. Não foram encontradas diferenças significativas em relação à IP. Conclusão: Os dados indicam que o MPFI24-A é um instrumento confiável e válido para avaliar as competências de Flexibilidade Psicológica (FP) e Inflexibilidade Psicológica (IP) em adolescentes portugueses. Ainda que seja importante esclarecer a estrutura fatorial do instrumento e a utilidade dos diferentes fatores, os resultados apoiam a sua utilidade em geral. | Objective: To adapt the Portuguese version of the Multidimensional Psychological Flexibility Inventory (MPFI-24) for adolescents. The factorial structure of the MPFI24-A, item quality and internal consistency, test-retest validity, and its association with variables of interest and sociodemographic factors were investigated. Methods: The sample consisted of 269 adolescents aged between 12 and 18 years, with education levels ranging from 7th to 12th grade. The adolescents completed a set of self-report instruments which, in addition to the MPFI24-A, assessed psychological flexibility (PsyFlex A), symptoms of depression and anxiety (DASS-21), and perception of mental health (MHC SF). A subsample of 38 adolescents completed the MPFI24-A four weeks after the initial administration to analyse test-retest reliability. Results: The six-factor correlated, and the bifactor models best fit the data when analysed separately for the Flexibility and Inflexibility indices. The MPFI24-A demonstrated good reliability for the overall Flexibility (α = .90) and Inflexibility (α = .85) indices. All specific factors for each index showed acceptable reliability values. The instrument showed temporal stability over a four-week period. Psychological Flexibility (PF) showed strong positive associations with psychological flexibility (assessed by PsyFlex-A) and perception of mental health, as well as a moderate negative association with depression and anxiety. In contrast, Psychological Inflexibility (PI) exhibited the opposite pattern of variable associations. PI did not show any significant association with psychological flexibility measured by PsyFlex-A. The two indices of the MPFI24-A exhibited a weak positive correlation with each other. Regarding gender, significant differences were found, with boys showing higher levels of PF. No significant differences were found regarding PI. Conclusion: Data indicate that the MPFI24-A is a reliable and valid instrument to assess Psychological Flexibility (PF) and Psychological Inflexibility (PI) skills in Portuguese adolescents. Although it is essential to clarify the factorial structure of the instrument and the usefulness of the different factors, the results support its general use.