Avaliação da Flexibilidade Psicológica em Adolescentes: validação da PsyFlex-A
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Ficheiros
Data
2022
Autores
Soares, Renata Pires
Cunha, Marina (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: O conceito de flexibilidade psicológica (FP) conduz a mudanças adaptativas do comportamento, estando ligado a indicadores de bem-estar psicológico e saúde mental. A análise de instrumentos de avaliação da FP em adolescentes é especialmente útil ao permitir uma identificação precoce do funcionamento psicológico e desenho de estratégias de intervenção que visam promover a FP. Objetivo: Adaptar e validar a Psy-Flex para a população de adolescentes (PsyFlex-A). Pretendeu-se analisar a estrutura fatorial da escala, a invariância do modelo entre os géneros, a fidedignidade e a sua associação com variáveis sociodemográficas e outras de interesse. Método: A amostra incluiu 309 adolescentes (176 do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (M = 14.91; DP = 1.87) e uma média de 9.56 anos de escolaridade (DP = 1.88). Os participantes preencheram um protocolo formado pela PsyFlex A e um conjunto de medidas de autorresposta que avaliaram as competências de mindfulness (CAMM), fusão cognitiva e evitamento experiencial (AFQ-Y8), estados afetivos negativos (DASS-21) e a perceção da qualidade de vida e bem-estar (KidScreen-10). Uma subamostra constituída por 45 participantes completou a PsyFlex-A quatro semanas após a primeira administração para efeitos da análise da fidedignidade temporal. Resultados: A PsyFlex-A apresentou uma estrutura unifactorial e uma invariância do modelo entre os géneros, sugerindo que os resultados são comparáveis entre rapazes e raparigas. Revelou uma consistência interna e uma fidedignidade teste-reteste adequadas. Mostrou associações positivas com as competências de mindfulness e qualidade de vida e uma associação negativa com a fusão cognitiva/evitamento experiencial e estados afetivos negativos (ansiedade, depressão e stress). As variáveis sociodemográficas idade e escolaridade não se mostraram relacionadas com os valores obtidos na PsyFlex-A. Foram encontradas diferenças significativas de género, obtendo os rapazes valores mais elevados de flexibilidade psicológica que as raparigas. Conclusão: A PsyFlex-A mostrou ser um instrumento válido e fidedigno para avaliar as competências de flexibilidade psicológica em adolescentes na população portuguesa. De realçar o seu contributo em contexto educativo e clínico, enquanto instrumento de rastreio e de avaliação de mudança comportamental. / Introduction: The concept of psychological flexibility (PF) leads to adaptive changes in behavior, and it is linked to indicators of psychological well-being and mental health. The analysis of PF’s assessment instruments on teenagers is especially useful, as it allows early identification of the psychological functioning and design of intervention strategies that promote PF. Objective: To adapt and validate the Psy-Flex for the adolescent population (PsyFlex-A). The aim was to analyze the scale's factor structure, the model's invariance between genders, the reliability scale and its association with sociodemographic and other variables of interest. Method: The sample included 309 adolescents (176 male), aged 12 to 18 years (M= 14.91; SD = 1.87) and an average of 9.56 years of schooling (SD = 1.88)). The participants completed a protocol formed by the PsyFlex-A and a set of self-report measures that assessed mindfulness skills (CAMM), cognitive fusion and experiential avoidance (AFQ-Y8), negative affective states (DASS-21), and the perceived quality of life and well-being (KidScreen-10). A subsample of 45 participants completed the PsyFlex-A four weeks after the first administration to conduct a temporal reliability analysis. Results: The PsyFlex-A presented a single factor structure and a model invariance between genders, suggesting that the results are comparable between males and females. Moreover, it revealed adequate internal consistency and test-retest reliability. It showed positive associations with mindfulness skills and quality of life and negative associations with cognitive fusion/experiential avoidance as well as with negative affective states (anxiety, depression, and stress). However, the sociodemographic variables age and education years did not relate to the values obtained in the PsyFlex-A. Finally, significant gender differences were found, with boys obtaining higher values of psychological flexibility than girls. Conclusion: The PsyFlex-A scale proved to be a valid and reliable instrument to assess the psychological flexibility skills of adolescents in the Portuguese population. Its contribution in an educational and clinical context should be highlighted as an instrument for screening and evaluating behavioral change.
Descrição
Palavras-chave
Flexibilidade psicológica - Psychological flexibility, Psy-Flex - Psy-Flex, Instrumento de autorresposta - Self-report instrument, Adolescentes - Adolescents, Avaliação psicométrica - Psychometric assessment, Validação - Validation