Funcionamento e Resiliência Familiar na Pandemia Covid-19: estudo com filhos

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Data
2023
Autores
Barreto, Catarina Maria da Silveira Abrantes Marques
Sequeira, Joana (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Objetivo: A pandemia COVID-19 constitui-se como uma crise acidental com impacto significativo no funcionamento das famílias. O principal objetivo desta investigação foi analisar a perceção que os filhos têm do funcionamento e resiliência familiar na pandemia COVID-19. Metodologia: Participaram 768 indivíduos, que ocupam na família a posição de filhos, com idades entre os 12 e os 65 anos de idade. Os instrumentos administrados foram o Questionário sociodemográfico de dados complementares e avaliação da situação COVID-19, a Escala de Avaliação da Flexibilidade e da Coesão Familiar versão IV (FACES-IV) e o Walsh Family Resilience Questionnaire (WFRQ). Resultados: Os filhos percecionam, no geral, coesão e flexibilidade médias, baixo desmembramento, emaranhamento, rigidez e caoticidade e satisfação e comunicação médias. Não existem diferenças estatisticamente significativas entre os filhos adolescentes e adultos, entre homens e mulheres e em função da tipologia familiar. As médias são marginalmente mais altas o que não significa nem uma perceção de funcionamento familiar diferente, nem uma resiliência diferente, contrariando, desta forma, todos os estudos sobre COVID-19. Os filhos cujas famílias possuem rendimentos mais baixos percecionam a sua família como mais rígida e menos resiliente e os filhos com famílias com rendimentos superiores a 3000€ percecionam maior satisfação com a família, melhor comunicação e percecionam-se como mais resilientes em todas as dimensões. Os filhos em cujas famílias não houve elementos com infeção COVID 19 apresentam maior coesão e flexibilidade equilibradas. A perceção de funcionamento e resiliência familiares é melhor na primeira fase da pandemia e pior na última. Conclusão: Os filhos em contexto pandémico, na sua generalidade, percecionam as suas famílias como tendo coesão e flexibilidade médias, baixo desmembramento, emaranhamento, rigidez e caoticidade e medianas satisfação e comunicação familiares. Contrariamente aos estudos realizados sobre funcionamento familiar com distintos elementos da família, estudados apenas os filhos, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em função do sexo, da idade e tipologia familiar. Os filhos em cujas famílias não houve elementos com infeção COVID-19 apresentam maior coesão e flexibilidade equilibradas o que sugere o impacto da infeção nas dinâmicas da família. | Purpose: The COVID-19 pandemic is an accidental crisis with a significant impact on the functioning of families. The main objective of this investigation was to analyze the perception that children have about the functioning and family resilience in the COVID-19 pandemic. Methodology: Participated in this investigation 768 subjects, aged between 12 and 65 years old. The protocol included the sociodemographic questionnaire and complementary data about COVID-19 situation, the Adaptability and Family Cohesion Assessment Scale (FACES-IV) and the Walsh Family Resilience Questionnaire (WFRQ). Results: The children perceive, in general, average cohesion and flexibility, low dismemberment, entanglement, rigidity and chaoticity and average satisfaction and communication. There are no statistically significant differences between adolescent and adult children, between men and women and according to family typology. The averages are marginally higher, which does not mean a different perception of family functioning, nor a different resilience, thus contradicting all studies on COVID-19. Children whose families have lower incomes perceive their family as more rigid and less resilient and children with families with incomes above 3000€ perceive greater satisfaction with the family, better communication and perceive themselves as more resilient in all dimensions. Children in whose families there were no elements with COVID-19 infection have greater balanced cohesion and flexibility. The perception of family functioning and resilience is better in the first phase of the pandemic and worse in the last. Conclusion: Children in a pandemic context, in general, perceive their families as having average cohesion and flexibility, low dismemberment, entanglement, rigidity and chaoticity and average family satisfaction and communication. Contrary to studies carried out on family functioning with different members of the family, when only the children were studied, no statistically significant differences were found as a function of sex, age and family type. Children in whose families there were no elements with COVID-19 infection have greater balanced cohesion and flexibility, which suggests the impact of the infection on family dynamics.
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