Adaptação e Validação da Versão Portuguesa da Escala das Formas de Autocriticismo e Autotranquilização (FSCRS) numa Amostra de Pessoas de Idade Avançada
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Data
2023-11
Autores
Simões, Daniela Alexandra Moutinho
Lemos, Laura (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Objetivo: O presente estudo pretendeu validar a versão portuguesa da Escala das Formas de Autocriticismo e Autotranquilização (FSCRS) numa amostra de pessoas idosas. Este estudo teve ainda como objetivo perceber a relação do Autocriticismo e da Autotranquilização com estados emocionais negativos, qualidade de vida e perceção da saúde. Método: A amostra compreendeu um total de 211 participantes (158 do sexo feminino e 53 do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 65 e os 96 anos (M = 80,94; DP = 7,58). Os participantes preencheram um protocolo constituído pelo questionário sociodemográfico, pela escala FSCRS e um conjunto de instrumentos que avaliam a sintomatologia ansiosa como o Inventário de Ansiedade Geriátrica (GAI), a sintomatologia depressiva como a Escala de Depressão Geriátrica-8itens (GDS-8) e a perceção de qualidade de vida como o Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-BREF). As propriedades psicométricas da FSCRS foram analisadas através da Análise Fatorial Exploratória (AFE), Análise Fatorial Confirmatória (AFC), consistência interna e validade convergente. Resultados: A FSCRS apresentou uma estrutura fatorial composta por dois fatores (autocriticismo e autotranquilização), apresentando índices de ajustamento adequados (RMSEA = 0,05; CFI = 0,96; TLI = 0,95) e uma boa consistência interna. As duas subescalas da FSCRS (autocriticismo e autotranquilização) correlacionaram-se negativamente, como esperado. A validade convergente foi aferida pela correlação positiva entre o autocriticismo e a sintomatologia ansiosa e depressiva e pela correlação positiva entre a autotranquilização e a qualidade de vida e perceção do estado de saúde. Conclusão: A FSCRS apresentou boas propriedades psicométricas e por esse motivo revela ser um instrumento útil para medir de que forma as pessoas se autocriticam e/ou se autotranquilizam perante erros, falhas ou insucessos e quando algo lhes corre mal. Destaca-se ser o primeiro instrumento apto e capacitado de avaliar estas variáveis na população idosa portuguesa. Ainda se realça a sua pertinência para estudos futuros na área clínica enquanto instrumento de avaliação possibilitando um valioso contributo para possíveis intervenções com o objetivo de promover a qualidade de vida de pessoas de idade avançada e a redução de estados emocionais negativos. | Purpose: The aim of this study was to validate the Portuguese version of the Forms of Self-Criticism and Self-Reassuring Scale (FSCRS) in a sample of elderly people. This study also aimed to understand the relationship between Self-Criticism and Self-Reassuring and negative emotional states, quality of life and perception of health. Method: The sample comprised a total of 211 participants (158 female and 53 male), aged between 65 and 96 (M = 80.94; SD = 7.58). The participants completed a protocol consisting of a sociodemographic questionnaire, the FSCRS and a set of instruments that assess anxiety symptoms such as the Geriatric Anxiety Inventory (GAI), depressive symptoms such as the Geriatric Depression Scale-8 items (GDS-8) and perceived quality of life such as the World Health Organization Quality of Life Assessment Tool (WHOQOL-BREF). The psychometric properties of the FSCRS were analyzed using Exploratory Factor Analysis (EFA), Confirmatory Factor Analysis (CFA), internal consistency and convergent validity. Results: The FSCRS had a factor structure made up of two factors (self-criticism and self-reassuring), with adequate adjustment indices (RMSEA = 0.05; CFI = 0.96; TLI = 0.95) and good internal consistency. The two subscales of the FSCRS (self-criticism and self-reassuring) correlated negatively, as expected. Convergent validity was measured by the positive correlation between self-criticism and anxious and depressive symptoms and by the positive correlation between self-reassurance and quality of life and perception of health status. Conclusion: The FSCRS showed good psychometric properties and therefore proves to be a useful instrument for measuring how older people self-criticize and/or self-tranquilize in the face of mistakes, failures and when something goes wrong. It stands out as the first instrument capable of assessing these variables in the Portuguese elderly population. It also highlights its relevance for future studies in the clinical field as an assessment tool, providing a valuable contribution to possible interventions aimed at promoting quality of life in older people.