Dissertações de Mestrado em Psicologia
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- ItemA Influência de Fatores Sociodemográficos e da Reserva Cognitiva no Funcionamento Cognitivo de Pessoas Idosas em Apoio Institucional(ISMT, 2023) Marelo, Bianca Saldanha; Espírito-Santo, Helena (Orientadora)Contexto e Objetivo: O papel da reserva cognitiva na proteção do funcionamento cognitivo é amplamente reconhecido. Contudo, as diferenças de género na reserva e no funcionamento cognitivo requerem uma análise mais aprofundada. Este estudo propõe-se a investigar a relação entre a reserva cognitiva e o funcionamento cognitivo em pessoas idosas portugueses em apoio institucional, controlando a influência do género, estado civil e presença de doenças. Métodos: Foi utilizado um desenho transversal e a amostra incluiu 291 indivíduos em apoio institucional com idade igual ou superior a 60 anos (M = 82,89; DP = 7,99), sendo 120 de centro de dia e 171 de estruturas residenciais para pessoas idosas. Os instrumentos utilizados foram o Addenbrooke Cognitive Examination-Revised e o Cognitive Reserve Index Questionnaire. Resultados: A reserva cognitiva foi o principal preditor do funcionamento cognitivo, explicando 15,4% da variância, mesmo após o controlo para as outras variáveis. Foi encontrada uma diferença significativa no funcionamento cognitivo entre os géneros, com os homens a obterem uma média de pontuações superior à das mulheres. No entanto, o funcionamento cognitivo não apresentou diferenças significativas quanto ao estado civil, presença de doença cardíaca ou diabetes. Conclusão: Este estudo reforça a relevância da reserva cognitiva como um fator chave na manutenção das capacidades cognitivas na população idosa, mesmo quando sujeita a condições adversas, como ausência de um companheiro ou de doenças crónicas. As implicações para a prática clínica e a pesquisa sugerem que a promoção da reserva cognitiva deve ser considerada como um componente essencial nas estratégias de intervenção e prevenção do declínio cognitivo na população idosa. Além disso, as diferenças de género no funcionamento cognitivo também devem ser levadas em consideração ao desenvolver estratégias de intervenção. | Background and Objective: The role of cognitive reserve in protecting cognitive function is widely recognized. However, gender differences in cognitive reserve and cognitive functioning require a more in-depth analysis. This study aims to investigate the relationship between cognitive reserve and cognitive functioning in institutionalized elderly Portuguese, controlling for the influence of gender, marital status, and the presence of diseases. Methods: A cross-sectional design was used, and the sample included 291 institutionalized individuals aged 60 years or older (M = 82.89; SD = 7.99), with 120 from day centers and 171 from nursing homes for older people. The tools used were the Addenbrooke Cognitive Examination-Revised and the Cognitive Reserve Index Questionnaire. Results: Cognitive reserve was the main predictor of cognitive function, explaining 15.4% of the variance, even after controlling for other variables. A significant difference in cognitive functioning was found between genders, with men achieving a higher average score than women. However, cognitive functioning did not show significant differences according to marital status, presence of heart disease, or diabetes. Conclusion: This study reinforces the relevance of cognitive reserve as a key factor in maintaining cognitive abilities in older people, even when subjected to adverse conditions, such as not having a partner or having a chronic disease. Implications for clinical practice and research suggest that promoting cognitive reserve should be considered an essential component in intervention strategies and prevention of cognitive decline in the elderly population. Furthermore, gender differences in cognitive functioning should also be taken into account when developing intervention strategies.
- ItemAcontecimentos Traumáticos, Sentimentos de Vergonha na Relação com os Sintomas Depressivos na Adolescência: estudo longitudinal(ISMT, 2015) Almeida, Rute Vanessa Ferreira; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: As experiências adversas na infância, tal como a exposição a acontecimentos traumáticos e vivências de vergonha, podem ter um contributo importante na vida dos adolescentes moldando a forma estes se percecionam a si próprios e aos outros, e como lidam com as adversidades, podendo aumentar a sua vulnerabilidade para desenvolver uma perturbação depressiva. Este estudo, de desenho longitudinal, consistiu em estudar os factores preditores (acontecimentos de vida traumáticos e sentimentos de vergonha) no desenvolvimento de psicopatologia depressiva a seis meses. Método: A amostra é constituída por 325 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos a frequentar o 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário. Para o estudo das variáveis referidas, foram utilizados os seguintes instrumentos de medida: o Child Depression Inventory, o Childhood Trauma Questionaire e a Escala de Vergonha Externa. Resultados: Os resultados obtidos relativamente à estabilidade absoluta das variáveis demonstram diferenças significativas entre os valores médios do 1ºmomento de avaliação e do 2º momento de avaliação (após 6 meses) para a variável vergonha. Ao longo do estudo, verificou-se uma associação positiva entre as variáveis relacionadas com o trauma e os sentimentos de vergonha avaliados no primeiro tempo (T1) e a variável sintomas depressivos (T2). O modelo de regressão linear múltipla, explicou 63% da variância dos sintomas depressivos no tempo 2, mostrando que o facto de pertencer ao sexo feminino, experienciar mais vivências de vergonha, e mais experiências traumáticas de abuso afetivo, abuso sexual e de negligência emocional permitem predizer mais sintomas depressivos na adolescência. Conclusão: Podemos concluir com a presente investigação, que o impacto de acontecimentos traumáticos, do tipo abuso/negligência, bem como de sentimentos de vergonha durante a fase da adolescência pode ser nocivo para o desenvolvimento harmonioso posterior, nomeadamente no desenvolvimento de sintomatologia depressiva. / Introduction: The adverse experiences in childhood, such as an exhibition of traumatic events and experiences of sham can have important contribution in teenager’s life shaping the way they perceive themselves and the others and how they deal with adversity, increasing their vulnerability to develop a depressive disorder. This study, longitudinal design, it was consisted in study of the predictive factors (traumatic life events and feelings of shame) in the development of depressive psychopathology in six months. Method: The sample consisted of 325 adolescents aged between 12 and 18 years attending the 3rd cycle of basic education and secondary education. To the study of the variables mentioned, the following measuring instruments were used: the Child Depression Inventory, the Childhood Trauma Questionnaire and External Shame Scale. Results: The results obtained regarding the absolute stability of the variables showed significant differences between the mean values of the evaluation 1st moment and 2nd moment of evaluation (after 6 months) for the variable shame. Throughout the study, there was a positive association between variables related to the trauma and feelings of shame evaluated at the first time (T1) and the variable depressive symptoms (T2). The multiple linear regression model explained 63% of variance in depressive symptoms at time 2 , showing that the fact of being female experience more shame experiences, and most traumatic experiences of emotional abuse, sexual abuse and emotional neglect permit predict more depressive symptoms in adolescence. Conclusion: We can conclude with this research, that the impact of traumatic events, the type abuse/neglect, as well as feelings of shame during adolescence can be harmful to the subsequent harmonious development, including the development of depressive symptoms.
- ItemAdaptação e Validação da Escala dos Atributos e Ações Compassivas para Adolescentes(ISMT, 2016) Rodrigues, Cátia Marisa Pereira; Cunha, Marina (Orientadora)A literatura tem vindo a mostrar que a compaixão, enquanto sensibilidade intencional ao sofrimento com um compromisso e motivação para o aliviar, pode ter um impacto positivo na vida do indivíduo, estando associada ao seu bem-estar emocional e psicológico. É hoje consensualmente reconhecida a relevância de intervenções focadas na compaixão, pelo que o desenvolvimento de instrumentos fidedignos para avaliação das diversas facetas deste conceito/processo em diversas idades é crucial para a investigação e prática clínica A Escala dos Atributos e Ações Compassivas, recentemente desenvolvida, procura avaliar as três direções da compaixão: em relação ao próprio, em relação aos outros e ser alvo de compaixão por parte dos outros. Cada uma destas escalas avalia separadamente os atributos e as ações compassivas do indivíduo face uma situação de dificuldade ou sofrimento. O principal objetivo deste estudo é apresentar a adaptação para adolescentes da Escala dos Atributos e Ações Compassivas (EAAC-A), seguindo-se a análise da sua estrutura dimensional e avaliação das caraterísticas psicométricas. Participaram neste estudo 336 adolescentes portugueses com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos. A análise fatorial exploratória revelou que, à exceção da secção de atributos da escala de autocompaixão, as restantes escalas (incluindo as respetivas secções) são unidimensionais. A secção de atributos de autocompaixão revelou a existência de dois fatores. As três escalas revelaram uma boa consistência interna (alfas de Cronbach entre 0,75 e 0,91), bem como uma excelente estabilidade temporal (valores de r variaram entre 0,96 e 0,99). Evidenciaram ainda uma correlação no sentido esperado com as variáveis associadas ao bem-estar e processos emocionais mal-adaptativos, atestando a sua validade convergente e divergente. Os resultados permitem concluir que a EAAC-A é um instrumento fidedigno e útil para a avaliação e investigação da compaixão nas suas diferentes dimensões. / Literature has been showing that compassion, while intentional sensitivity to suffering with a commitment and motivation to alleviate, can have a positive impact on the individual's life and is associated with your emotional and psychological wellbeing. It is now widely recognized the relevance of interventions focused on compassion, for the development of reliable tools for assessing the various facets of this concept / process at different ages is crucial for research and clinical practice. Attributes and Actions Scale newly developed, seeks to assess the three directions of compassion: in relation to itself, in relation to others and should receive compassion from others. Each of these scales separately evaluates the attributes and compassionate actions of the individual face a difficulty or suffering. The aim of this study is to present the adaptation of Attributes and Actions Scale, for teenagers, followed by analysis of their dimensional structure and evaluation of the psychometric characteristics. The sample consisted of 336 Portuguese adolescents aged 12 to 19 years. Exploratory factor analysis showed that, except for the attributes section of the selfcompassion of scale, other scales (including the respective sections) are onedimensional. The selfcompassion attributes section revealed the existence of two factors. The three scales showed good internal consistency (Cronbach's alpha of between 0.75 and .91) as well as an excellent temporal stability (r values ranged between 0.96 and 0.99). Still showed a correlation in the expected direction with the variables associated with wellbeing and maladaptive emotional processes, attesting to their convergent and divergent validity. The results show that the is a reliable and useful tool for the evaluation and research of compassion in its different dimensions.
- ItemAdaptar-se ou Impor-se? As Respostas Emocionais dos Adolescentes em Risco de Abandono Escolar: uma abordagem fenomenológica(ISMT, 2009) Carrola, Filipa Isabel da Silva Dinis; Knoch, Michael (Orientador)Sem resumo disponível.
- ItemAdição ao jogo, dissociação, vergonha e experiências traumáticas em jogadores online(Departamento de Investigação & Desenvolvimento do Instituto Superior Miguel Torga, 2017) Cardoso Tomásio, João; Espirito-Santo, Helena (Orientadora)Objetivo: Verificar qual a intensidade da adição ao jogo, da vergonha, da dissociação e das experiências traumáticas numa amostra de jogadores online; verificar se as variáveis em estudo (adição ao jogo, vergonha, dissociação e experiências traumáticas) variam em função das variáveis sociodemográficas (sexo, idade e estado civil); e verificar a existência de relações entre as variáveis em estudo. Método: Constituíram a amostra final 124 jogadores online (87 do sexo masculino e 37 do sexo feminino), com uma idade média de 24,27 anos, avaliados através do Problem Video Game Playing (PVP), da Compass of Shame Scale (CoSS), da Dissociative Experiences Scale (DES) e da Traumatic Experiences Checklist (TEC). Resultados: O PVP não variou em função dos grupos definidos pelas variáveis sociodemográficas. As dimensões da CoSS não variaram em função dos grupos definidos pelas variáveis sociodemográficas. Na DES, a subescala Distratibilidade variou em função da idade, tendo as pessoas idade inferior a vinte e cinco anos pontuações mais elevadas. As subescalas Despersonalização, Distratibilidade e Distúrbios de Memória variaram em função do estado civil, sendo as pessoas solteiras aquelas que apresentaram pontuações mais elevadas. Na TEC, a subescala Trauma Emocional variou em função do sexo, tendo as mulheres pontuações mais elevadas. A TEC Total variou, tendencialmente em função do estado civil, tendo as pessoas casadas pontuações mais elevadas. A adição ao jogo está relacionada com a vergonha e com a dissociação sendo que aqueles que mostram mais adição ao jogo apresentam mais despersonalização, ataque ao self, fuga e evitamento. A adição ao jogo está também relacionada com as variáveis. || Purpose: To verify the intensity of gaming addiction, of the shame, the dissociation and the traumatic experiences in a sample of online gamers; To verify the sociodemographic variables (sex, age, and marital status) that influence gaming addiction, shame, dissociation and traumatic experiences; and to verify the existence of relationships between the variables under study. Method: The final sample consisted of 124 online player (87 male players and 37 woman players), with a mean age of 24.27 years, evaluated through the Problem Video Game Playing (PVP), Compass of Shame Scale (CoSS), Dissociative Experiences Scale (DES) and, Traumatic Experiences Checklist (TEC). Results: The PVP did not vary according to the groups defined by the sociodemographic variables. The dimensions of CoSS didn´t vary according to the groups defined by sociodemographic variables. In DES, the Distractibility subscale varied according to age, with people aged less than twenty-five years having higher scores. The Depersonalization, Distractibility, and Memory Disorders subscales varied according to the marital status, with single people having the highest scores. In TEC, the Emotional Trauma subscale varied according to sex, with the woman subjects having higher scores. The TEC Total varied according to marital status, with married people having higher scores. The gaming addiction is related to shame and dissociation, and those who show more gaming addiction have present more depersonalization, attack self, withdrawal, and avoidance. The gaming addiction is also related to the sociodemographic variables (sex, age, and marital status). Conclusion: Online gamers usually adopt coping strategies, such as withdrawal, avoidance, depersonalization, and attack self, as a way to regulate their emotions, escaping to a certain extent to reality.
- ItemAdição ao Jogo, Vergonha, Dissociação e Experiências Traumáticas em Jogadores Online(ISMT, 2017) Tomázio, João Cardoso; Espirito-Santo, Helena (Orientadora)Objetivo: Verificar qual a intensidade da adição ao jogo, da vergonha, da dissociação e das experiências traumáticas numa amostra de jogadores online; verificar se as variáveis em estudo (adição ao jogo, vergonha, dissociação e experiências traumáticas) variam em função das variáveis sociodemográficas (sexo, idade e estado civil); e verificar a existência de relações entre as variáveis em estudo. Método: Constituíram a amostra final 124 jogadores online (87 do sexo masculino e 37 do sexo feminino), com uma idade média de 24,27 anos, avaliados através do Problem Video Game Playing (PVP), da Compass of Shame Scale (CoSS), da Dissociative Experiences Scale (DES) e da Traumatic Experiences Checklist (TEC). Resultados: O PVP não variou em função dos grupos definidos pelas variáveis sociodemográficas. As dimensões da CoSS não variaram em função dos grupos definidos pelas variáveis sociodemográficas. Na DES, a subescala Distratibilidade variou em função da idade, tendo as pessoas idade inferior a vinte e cinco anos pontuações mais elevadas. As subescalas Despersonalização, Distratibilidade e Distúrbios de Memória variaram em função do estado civil, sendo as pessoas solteiras aquelas que apresentaram pontuações mais elevadas. Na TEC, a subescala Trauma Emocional variou em função do sexo, tendo as mulheres pontuações mais elevadas. A TEC Total variou, tendencialmente em função do estado civil, tendo as pessoas casadas pontuações mais elevadas. A adição ao jogo está relacionada com a vergonha e com a dissociação sendo que aqueles que mostram mais adição ao jogo apresentam mais despersonalização, ataque ao self, fuga e evitamento. A adição ao jogo está também relacionada com as variáveis sociodemográficas (sexo, idade e estado civil). Conclusão: Os sujeitos que jogam online recorrem a estratégias de coping, como é o caso da fuga, do evitamento, da despersonalização e do ataque ao self, como forma de regular as suas emoções, fugindo de certo modo à realidade. / Purpose: To verify the intensity of gaming addiction, of the shame, the dissociation and the traumatic experiences in a sample of online gamers; To verify the sociodemographic variables (sex, age, and marital status) that influence gaming addiction, shame, dissociation and traumatic experiences; and to verify the existence of relationships between the variables under study. Method: The final sample consisted of 124 online player (87 male players and 37 woman players), with a mean age of 24.27 years, evaluated through the Problem Video Game Playing (PVP), Compass of Shame Scale (CoSS), Dissociative Experiences Scale (DES) and, Traumatic Experiences Checklist (TEC). Results: The PVP did not vary according to the groups defined by the sociodemographic variables. The dimensions of CoSS didn´t vary according to the groups defined by sociodemographic variables. In DES, the Distractibility subscale varied according to age, with people aged less than twenty-five years having higher scores. The Depersonalization, Distractibility, and Memory Disorders subscales varied according to the marital status, with single people having the highest scores. In TEC, the Emotional Trauma subscale varied according to sex, with the woman subjects having higher scores. The TEC Total varied according to marital status, with married people having higher scores. The gaming addiction is related to shame and dissociation, and those who show more gaming addiction have present more depersonalization, attack self, withdrawal, and avoidance. The gaming addiction is also related to the sociodemographic variables (sex, age, and marital status). Conclusion: Online gamers usually adopt coping strategies, such as withdrawal, avoidance, depersonalization, and attack self, as a way to regulate their emotions, escaping to a certain extent to reality.
- ItemAjustamento Diádico em Casais com Infertilidade a Realizar Tratamento Médico e Candidatos a Adoção(ISMT, 2021) Martins, Mariana Morais; Galhardo, Ana (Orientadora)Introdução: A infertilidade é uma condição que causa impacto a nível pessoal, social, financeiro e conjugal. A maioria dos casais submete-se a tratamentos médicos, no entanto, ou porque estes não têm sucesso, ou por outras razões, têm também a opção de adotar. Independentemente da escolha do casal para a concretização do seu desejo parental, bons níveis de ajustamento diádico são importantes para lidar com os desafios inerentes à escolha. Objetivos: Averiguar a existência de diferenças entre um grupo de casais com infertilidade a realizar tratamento (GI) e um grupo de casais candidatos à adoção (GA) no que se refere a variáveis demográficas, clínicas, de saúde mental, ajustamento diádico e regulação emocional. Adicionalmente, procurou-se explorar quais destas variáveis atuavam como preditores do ajustamento conjugal. Metodologia: O recrutamento dos participantes foi realizado através da Associação Portuguesa de Fertilidade, e do Instituto de Segurança Social. Participaram 67 casais no GI e 59 casais no GA. Todos eles preencheram um questionário sociodemográfico e um conjunto de instrumentos de autorresposta, mais precisamente a Positive and Negative Affect Schedule, a Others as Shamer, a Self-Compassion Scale e a Dyadic Ajustment Scale. O papel preditor das variáveis no ajustamento diádico dos dois grupos foi analisado através de regressões lineares múltiplas. Resultados: Os casais do GI, quando comparados com os casais do GA, apresentaram níveis mais elevados de afeto negativo e autojulgamento e níveis mais baixos de afeto positivo, de autocompaixão e de ajustamento diádico. No GI a vergonha externa foi o único preditor significativo do ajustamento diádico, enquanto no GA foram o afeto positivo e negativo os preditores desta variável. Discussão: Atendendo a que o ajustamento diádico se constitui como um elemento importante nos casais que enfrentam um diagnóstico de infertilidade e as exigências do tratamento médico ou de um processo de candidatura a adoção, o conhecimento dos seus preditores é relevante. Assim, intervenções que visem a diminuição dos níveis de vergonha em casais a realizar tratamento médico de infertilidade e abordem os níveis de afeto em casais candidatos a adoção, podem potenciar o ajustamento diádico. / Introduction: Infertility is a medical condition with impact on a personal, social, financial and marital level. Most couples undergo medical treatments, however, either because these are not successful or for any other reason, they also have the option to pursue adoption. Regardless of the couple's choice to fulfill their wish for a child, good levels of dyadic adjustment are important to deal with their choice inherent challenges. Objectives: To investigate the existence of differences between a group of couples with infertility undergoing treatment (GI) and a group of couples pursuing adoption (GA) regarding demographic, clinical, mental health, dyadic adjustment and emotion regulation. Additionally, the predictive role of these variables on marital adjustment was explored. Methodology: Participants were recruited through the Associação Portuguesa de Fertilidade and the Instituto de Segurança Social. Sixty-seven couples participated in the GI and 59 couples in the GA. All of them completed a sociodemographic questionnaire and a set of self-report instruments, more precisely the Positive and Negative Affect Schedule, the Others as Shamer, the Self-Compassion Scale and the Dyadic Adjustment Scale. The predictive role of these variables on the dyadic adjustment of the two groups was analyzed using multiple linear regression analyses. Results: The GI couples, compared to the GA couples, showed higher levels of negative affect and self-judgment and lower levels of positive affect, self-compassion and dyadic adjustment. In the GI, external shame was the only significant predictor of dyadic adjustment, while in the GA, positive and negative affect were the predictors of this variable. Discussion: Dyadic adjustment is an important component for couples facing an infertility diagnosis and the demands of medical treatment or an adoption application. Therefore, knowing dyadic adjustment predictors may be relevant. Interventions aimed at reducing shame levels in couples undergoing medical treatment for infertility and addressing the positive and negative affect levels in couples applying for adoption can enhance dyadic adjustment.
- ItemAjustamento Mental ao Cancro do Pulmão: o papel da autocompaixão e do suporte social(ISMT, 2014) Batista, Rute Cristina Damas; Cunha, Marina (Orientadora)A presente investigação pretendeu ver cumpridos três dos principais objetivos: 1) Estudar as variáveis sociodemográficas e clínicas que caracterizam os doentes com cancro do pulmão; 2) Explorar a relação entre o ajustamento mental ao cancro do pulmão, a autocompaixão, o suporte social e os estados emocionais negativos dos doentes; 3) Examinar o impacto da autocompaixão e do suporte social em relação ao ajustamento mental e aos estados emocionais negativos em doentes com cancro do pulmão. A amostra é constituída por 55 indivíduos (38 homens e 17 mulheres) diagnosticados com cancro do pulmão e com idades compreendidas entre os 44 e os 87 anos, acompanhados medicamente no Hospital de Dia de Oncologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Como instrumentos de medida para avaliar o ajustamento mental ao cancro, a autocompaixão, o suporte social e os estados emocionais negativos dos participantes foram utilizadas a Escala de Ajustamento Mental ao Cancro (MiniMac), a Escala de Autocompaixão (Selfcs), a Escala de Satisfação com o Suporte Social (Esss) e a Escala de Sintomatologia Psicopatológica (Eads-21). Os resultados obtidos revelaram uma associação significativa entre algumas variáveis clínicas, nomeadamente ser fumador, perceção da gravidade da doença, existência de antecedentes familiares com doença oncológica, e as variáveis em estudo (ajustamento mental, autocompaixão, suporte social e psicopatologia). Foram ainda encontradas correlações significativas entre o ajustamento mental e as estratégias de regulação emocional (autocompaixão), suporte social e psicopatologia. Por último, as análises de regressão linear múltipla mostraram que o modelo preditor da sintomatologia depressiva e do ajustamento mental (avaliado pela dimensão de desânimo) inclui o mindfulness como um preditor significativo. Já em relação ao modelo preditor do stress, o grau de satisfação com o suporte dos amigos revelou ser um contributo importante. Estes resultados têm implicações práticas, sugerindo que estes doentes podem no seu programa terapêutico beneficiar do desenvolvimento deste tipo de estratégias (novas formas de se relacionarem com as suas experiências emocionais e qualidade das suas redes sociais) no sentido de promover um melhor ajustamento mental à sua condição. / The current investigation intended to study three main objetives: 1) to study the sociodemographical and clinical variables which characterize those who suffer from lung cancer; 2) to explore the relation between the mental adjustment to lung cancer, selfcompassion, social support and the negative mental conditions of the sick person; 3) to analyse the impact of self-compassion and the social support in relation to the mental adjustment and to the negative mental conditions of a sick person with lung cancer. The sample is made of 55 individuals (38 males and 17 females) diagnosed with lung cancer, aged between 44 and 87 years old, using medicines at the Hospital de Dia de Oncologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. The Mini Mental Adjustment to Cancer Scale (MiniMac), the Self-Compassion Scale (Selfcs), the Escala de Satisfação com o Suporte Social (Esss) and the Depression Anxiety Stress Scales (Eads-21) scales were used as measuring instruments of evaluation of the mental adjustment to lung cancer, selfcompassion, social support and the negative mental conditions of the sick person. The results revealed a significant association between some clinical variables (being a smoker, awareness of the gravity of sickness, precedent relatives who suffered from cancer) and the variables in study (mental adjustment, self-compassion, social support and psychopathology). There were also found significant correlations between mental adjustment and the strategies used for emotional adjustment (self-compassion), the social support and the psychopathology. At last the multiple linear regretting analysis has shown that the predictor model of depressive symptomatology and the mental adjustment (analysed by the discouragement dimension) includes mindfulness as a significant predictor. However in what concerns to the stress model predictor, the satisfaction level with friends support revealed itself has being of high importance. These results have practical consequences, suggesting that sick people can benefit in their therapeutic program of these kind of strategies (new ways of leading with their emotional experiences and the quality of their social relationships) so they can promote a better mental adjustment to their health condition.
- ItemA Alexitimia e a Desregulação Emocional como Correlatos da Agressividade na Idade Avançada: estudo numa amostra de idosos(ISMT, 2020) Gonçalves, Isabel Filipa Simões; Espirito-Santo, Helena (Orientadora)Objetivos: explorar os níveis de agressividade autopercecionados numa população idosa institucionalizada, comparando-os com um grupo de idosos da comunidade; estudar os correlatos sociodemográficos e clínicos da agressividade e as correlações entre a agressividade e a desregulação emocional e a alexitimia. Método: A amostra foi constituída por 326 idosos, sendo 209 da comunidade e com 117 Institucionalizados, com uma média de idades de 75,12 anos (DP = 8,79). Todos os participantes foram avaliados com uma bateria de testes que incluía o Aggression Questionnaire, a Toronto Alexythimia Scale – 20 itens e a Difficulties in Emotion Regulation Scale. Resultados: Não foram encontradas diferenças a nível de agressividade entre idosos institucionalizados e da comunidade, foram sim encontrados maiores níveis de alexitimia no grupo de idosos institucionalizados, assim como níveis mais elevados de desregulação emocional. O nível da agressividade autopercecionada em idosos institucionalizados, correlacionou-se com a alexitimia e a desregulação emocional. Conclusão: A alexitimia e a desregulação emocional correlacionam-se com a agressividade autopecercionada na idade avançada. A alexitimia e a desregulação emocional correlacionam-se com a agressividade auto-percebida em pessoas idosas institucionalizadas. Esta descoberta é importante para orientar as escolhas terapêuticas nestes contextos. / Objectives: To explore the levels of self-perceived aggressiveness in institutionalized elderly, comparing them to a group of elderly people in the community; to study the socio- demographic and clinical correlates of aggressiveness and the correlations between aggressiveness and emotional dysregulation and alexithymia. Method: The sample consisted of 326 elderly, 209 from the community and 117 institutionalized, with an average age of 75.12 years (SD = 8.79). All participants were assessed with a battery of tests, which included the Aggression Questionnaire, the Toronto Alexithymia Scale - 20 items, and the Difficulties in Emotion Regulation Scale. Results: No differences were found in aggressiveness between institutionalized and community elderly, but higher levels of alexitimia were found in the institutionalized elderly group, as well as higher levels of emotional dysregulation. The level of self- perceived aggressiveness in institutionalized elderly correlated with alexitimia and emotional dysregulation. Conclusion: Alexithymia and emotional dysregulation correlate with self-perceived aggressiveness in older institutionalized people. This finding is important to guide therapy choices in these settings.
- ItemAlexitimia, Capacidade Reflexiva e Funcionamento Mental Aditivo: um estudo empírico quantitativo(ISMT, 2020) Roxo, Cátia Inês Almeida Cravo; Farate, Carlos (Orientador); Daniel, Fernanda (Coorientadora); Vicente, Henrique (Coorientador)O estudo aborda a problemática da associação entre alexitimia e capacidade reflexiva numa população clínica sofrendo de patologia aditiva. Trata-se de um estudo empírico quantitativo de grupo de controlo que é parte integrante do projeto de validação psicométrica da versão em língua portuguesa do Reflective Functioning Questionnaire (versão RFQ-8, Fonagy et al., 2016). O objetivo principal do estudo é a análise da correlação empírica entre as duas variáveis em estudo, a alexitimia e a capacidade reflexiva. Para a realização do estudo foram usadas: a Escala de Alexitimia de Toronto (Toronto Alexithymic Scale – TAS-20) e o Questionário de Funcionamento Reflexivo (Reflective Functoning Questionnaire RFQ-8). Estes testes psicométricos foram aplicados a uma amostra de 378 indivíduos, divididos em dois subgrupos: subgrupo clínico (GCL) com 186 participantes e o subgrupo de controlo (GCT) composto por 192 participantes. Ao analisar os resultados verificamos que existem correlações positivas e significativas entre todas as subescalas do RFQ-8 e a TAS-20 para os sujeitos dos dois subgrupos. Podemos também verificar que os níveis de capacidade reflexiva e de alexitimia diferem significativamente em função do subgrupo de pertença. Podemos concluir com a análise dos dados que o estudo parece indicar que, quanto maiores forem as dificuldades ao nível da capacidade de mentalização maiores tenderão a ser os níveis de alexitimia. / The study addresses the problematics of the association between alexithymia and reflexive capacity in a clinical population suffering from additive pathology. It is a quantitative empirical study of a control group that is an integral part of the psychometric validation project of the Portuguese language version of the Reflective Functioning Questionnaire (version RFQ-8, Fonagy et al., 2016). The main objective of the study is the analysis of the empirical correlation between the two variables under study, alexithymia and reflective capacity. For the study, were used the Toronto Alexithymia Scale (Toronto Alexithymic Scale - TAS- 20) and the Reflective Functioning Questionnaire RFQ-8. These psychometric tests were applied to a sample of 378 individuals, divided into two subgroups: clinical subgroup (GCL) with 186 participants and the control subgroup (GCT) composed of 192 participants. When analysing the results, we verified that there are positive and significant correlations between all the RFQ-8 subscales and the TAS-20 for the subjects of the two subgroups. We can also verify that the levels of reflexive capacity and alexithymia differ significantly depending on the subgroup of belonging. We can conclude with the analysis of the data that the study seems to indicate that the greater the difficulties of mentalization capacity, the higher the levels of alexithymia will tend to be.
- ItemAlexitimia, Comportamentos Alimentares, Esquemas Emocionais e Sintomas Psicopatológicos em Adultos(ISMT, 2018) Gameiro, Paulo César Rodrigues Silva; Simões, Sónia (Orientadora)Introdução: Os esquemas emocionais determinam o modo como cada um de nós reage perante determinadas adversidades no dia-a-dia. Por seu lado, a alexitimia enquanto dificuldade em expressar as emoções, pode influenciar a vida social e psicológica e, consequentemente, ter impacto no comportamento alimentar. Objetivos: 1) estudar a relação entre alexitimia, comportamento alimentar, sintomas psicopatológicos e esquemas emocionais; 2) analisar as diferenças nas variáveis em estudo em função da presença versus ausência de alexitimia; 3) estudar as associações entre a presença/ausência de alexitimia e algumas variáveis sociodemográficas (sexo, idade, habilitações literárias e peso). Metodologia: A amostra foi dividida em dois grupos, recorrendo-se ao ponto de corte da TAS- 20: grupo como presença de alexitimia, composto por 39 indivíduos, 14 do sexo masculino (35,9%) e 25 de sexo feminino (64,1%); e grupo como ausência de alexitimia, constituído por 71 indivíduos, 35 do sexo masculino (49,3%) e 36 do sexo feminino (50,7%). Os participantes preencheram um formulário online constituído por: Questionário Sociodemográfico; Toronto Alexithymia Scale (TAS-20), Emotional Schema Scale de Leahy (LESS), Brief Symptom Inventory (BSI) e Teste de Atitudes Alimentares (TAA-25). Resultados: Encontramos associações significativas positivas entre a presença de sintomatologia psicopatológica (BSI) e os comportamentos alimentares (TAA-25). No que toca a emoções, verificamos uma relação negativa entre crenças negativas e os comportamentos bulímicos, dieta e pressão social para comer. Relativamente à associação entre comportamentos alimentares e alexitimia, destacamos a associação positiva entre o comportamento bulímico e a dificuldade em identificar e descrever sentimentos e entre a pressão social para comer e a dificuldade em descrever sentimentos. Discussão e conclusão: Os resultados deste estudo evidenciaram como a alexitimia, os esquemas emocionais, os sintomas psicopatológicos e os comportamentos alimentares se relacionam entre si. Ficou ainda presente que os sujeitos com alexitimia demonstram a presença de mais comportamentos bulímicos e sentem maior pressão para comer comparativamente com os sujeitos sem alexitimia. Estes resultados devem ser tomados em consideração na área da saúde mental e quando se pensa na elaboração de programas de prevenção nesta área. / Introduction: All of us have different ways of reacting in the face of adversities in our day to day life. Alexithymia as a difficulty in expressing emotions, can actually affect social and psychological life and as a consequence, it can also have an impact in the eating behavior. Objetives: 1) study the relation between alexithymia, eating behavior, psychopathology and emotional schema; 2) analyze the diferences between variables in function of presence versus abscence of alexithymia; 3) study the associations between the presence/absence of alexithymia and some sociodemographic variables (age, gender, literacy, weight). Methodology: The total sample was divided in two groups, using the cut off point of the TAS- 20: group as a presence of alexithymia, composed of 39 individuals, 14 males (35,9%) and 25 females (64.1.%); and group as a absence of alexithymia, composed of 71 individuals, 35 males (49,35) and 36 females (50,7%). The participants answered an online google docs composed by: Toronto Alexithymia Scale (TAS-20), Emotional Schema Scale de Leahy (LESS), Brief Symptom Inventory (BSI) e Teste de Atitudes Alimentares (TAA-25). Results: Some significant and positive associations between the presence of psychopathological symptomatology (BSI) and eating behaviors (TAA-25) were found. Concerning emotions, it was verified a negative relationship between negative beliefs and bulimic behaviors, diet and social pressure to eat. Regarding the association between eating behaviors and alexithymia, we can highlight the positive association between bulimic behavior and difficulty in identifying and describing feelings and between social pressure to eat and the difficulty in describing feelings. Discussion and conclusion: The results of this study proved that alexithymia, emotional schemes, pathological symptoms and eating behaviors are related to each other. It was also proved that the subjects with alexithymia demonstrate the presence of bulimic behaviors and feel more pressure to eat compared with the subjects without alexithymia. This results should be taken into account in the area of mental health and when we think about the elaboration of prevention programs in this area.
- ItemAlterações das Funções Cognitivas em Indivíduos com Diabetes Mellitus Tipo 2: Comparação de homens e mulheres com mais de 50 anos de idade(ISMT, 2009) Pires, Maria José Sant’Ana Gonçalves; Espirito-Santo, Helena (Orientadora)Os pacientes com Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM-2) apresentam grande probabilidade de alteração nas funções cognitivas, particularmente a partir dos 50 anos de idade. A presente investigação teve como objectivo estudar as alterações das funções cognitivas em sujeitos com DM-2 e investigar se existiam diferenças entre os sexos. Quisemos ainda confirmar se a depressão contribuía para os resultados obtidos. Avaliámos as funções cognitivas numa amostra de 54 sujeitos com DM-2 com controlo farmacológico irregular, através da Bateria de Lisboa para a Avaliação de Demências (BLAD) e avaliámos os sintomas depressivos através do Inventário Depressivo de Beck (BDI). Verificamos que na maioria das subescalas os doentes apresentam défice cognitivo. Em algumas subescalas, as mulheres apresentavam mais défice cognitivo do que os homens. A depressão é um factor preditivo de défice cognitivo nos doentes com DM-2. Conclui-se deste estudo que os doentes com DM-2 com tratamento farmacológico irregular, em particular as mulheres, são doentes com risco de desenvolvimento de défice cognitivo. Sugere-se no futuro que os doentes diabéticos sejam acompanhados psicologicamente, quer no sentido da educação da doença, quer no sentido de avaliação e tratamento da depressão, quer ainda no sentido da reabilitação dos doentes em que o défice cognitivo já esteja presente.
- ItemAlterações do Sono e Processos de Regulação Emocional em Adultos(ISMT, 2015) Neves, Ana Cristina Pereira; Galhardo, Ana (Orientadora)O sono é um processo fisiológico vital com um papel restaurador importante. A reduzida qualidade do sono pode afetar significativamente a qualidade de vida das pessoas e influenciar a sua capacidade de regulação emocional. Dada a pertinência do tema, o presente estudo tem como principal objetivo analisar a relação entre aspetos associados com o sono e processos de autorregulação emocional como a autocompaixão, o autojulgamento, o autocriticismo e a autotranquilização. A amostra desta investigação é constituída por 210 participantes, 163 mulheres e 47 homens, com idades compreendidas entre os 19 anos e os 59 anos (M = 35,82; DP = 9,81), recolhida na empresa Aquinos, em Tábua. Para a recolha de dados, utilizou-se o seguinte protocolo de investigação: Questionário Sociodemográfico, Questionário de Pittsburgh sobre a Qualidade do Sono (PSQI), Escala da Autocompaixão (SCS) e Escala das Formas do Autocriticismo e Autotranquilização (FSCRS). Os principais resultados sugerem que são as mulheres que têm uma pior qualidade subjetiva do sono, maior latência do sono e maior perturbação do sono. Relativamente ao uso de medicamentos, são os participantes mais velhos que mais recorrerem aos fármacos para dormir. Já os participantes mais novos apresentam uma atitude mais positiva, através da forma Eu tranquilizador. Os participantes casados/união de facto apresentam pior qualidade subjetiva do sono, maior latência do sono, menor duração do sono e maior perturbação do sono. Paralelamente é também este grupo dos participantes casados/união de facto que manifesta valores mais elevados na forma Eu inadequado. De referir ainda que os processos de regulação emocional de autojulgamento e Eu inadequado e Eu detestado revelaram uma associação significativa com a qualidade subjetiva do sono, a latência, a perturbação do sono, o uso de medicação para dormir e a disfunção diurna, isto é, os sujeitos que recorrem a estas estratégias de regulação emocional tendem a apresentar mais modificações nos seus padrões de sono. Por sua vez o Eu tranquilizador associa-se de forma negativa com o recurso a fármacos para dormir. Conclui-se que são as mulheres, os indivíduos mais velhos e os casados/união de facto que apresentam uma qualidade do sono mais pobre. Igualmente relevante é o facto de serem os indivíduos com níveis mais elevados de autojulgamento e autocrítica que tendem a apresentar mais dificuldades relativamente ao sono. Assim, estes elementos deverão ser tidos em consideração pelos profissionais de saúde para efeitos de delineação de estratégias terapêuticas relacionadas com alterações do sono. / Sleep is a vital physiological process with a restorative important role. The reduced quality of sleep can greatly affect quality of life emotional regulation capacity. The aim of the current study was to analyse the relationship between sleep quality in adults and emotional self-regulation processes such as self-compassion, self-judgment, self-criticism and self-reassurance. The sample is constituted by 210 participants, 163 women and 47 men, aged between 19 and 59 years old (M = 35,82, SD = 9,81), collected in Aquino enterprise, in Tábua. For data collection we used the following self-report instruments: Sociodemographic Questionnaire, Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), Self-Compassion Scale (SCS) and Scales of Forms of Self-Criticism and Self-Tranquilization (FSCRS). Results suggest that women who have a lower subjective sleep quality, higher sleep latency and higher sleep disorders when compared to men. The use of medication is higher in older participants. In turn younger participants show a more positive attitude, with higher scores in Reassuring Self. Married/cohabitation participants present a lower sleep quality, higher sleep latency, lower sleep duration and more sleep disturbance as well as higher scores in Inadequate Self. Emotion regulation processes of Self-judgment, Inadequate Self and Hated Self are associated with subjective sleep quality, sleep latency, and sleep disorders and with the use of medication. Individuals who tend to use these emotion regulation strategies are more prone to negative changes in their sleep patterns. It is also worth of note that those who present higher scores in the Reassurance Self tend to use less sleep medication. Individuals with high levels of self-judgment and self-criticism can effectively have more difficulties regarding sleep. In conclusion, women, older and married individuals show less sleep quality. Furthermore individuals who show more self-judgment and self-criticism tend to present more sleepdifficulties. These variables should be taken into account by health professionals when designing interventions programs for people dealing with sleep problems.
- ItemAnálise das Propriedades Psicométricas do Reflective Functioning Questionnaire-8 (RFQ-8) numa Amostra da População Angolana: estudo exploratório(ISMT, 2022) Martins, Arlete Karina de Morais; Vicente, Henrique (Orientador)A mentalização pode ser conceptualizada como a capacidade para compreender, interpretar e comunicar eficazmente o estado mental do self e dos outros. Esta capacidade é considerada importante na regulação de emoções. Considerando a ausência de instrumentos psicométricos focados na mentalização validados na população Angolana, o presente estudo teve como objetivo principal a validação do Reflective Functioning Questionnaire-8 (RFQ-8) numa amostra geral da população Angolana. Um total de 132 participantes (com idades entre os 18 e os 65 anos) preencheu o protocolo de investigação. Através da análise factorial confirmatória, confirmou-se o modelo de 2 fatores (RFQc e RFQu) para toda a amostra. A consistência interna das duas subescalas e da escala total revelou ser adequada. Foram encontradas diversas relações estatisticamente significativas entre as subescalas dos instrumentos que compunham o protocolo de recolha de dados (Beck Insight Cognitive Scale, Adult Attachment Scale e Brief Symptom Inventory) e o RFQ-8, expectáveis considerando a revisão da literatura. Finalmente, importa mencionar que a idade apresentou correlações estatisticamente significativas com as duas subescalas do RFQ-8. Em resumo, os dados recolhidos apoiam a confiabilidade e validade do instrumento, embora sejam sugeridos estudos adicionais, nomeadamente com populações clínicas. / Mentalization can be conceptualized as the ability to understand, interpret, and effectively communicate the mental state of the self and others. This ability is considered important in emotion regulation. Considering the absence of validated mentalization-focused psychometric instruments in the Angolan population, the present study aimed to validate the Reflective Functioning Questionnaire-8 (RFQ-8) in a sample of the Angolan general population. A total of 132 participants (aged 18 to 65 years) completed the research protocol. Through confirmatory factorial analysis, the 2-factor model (RFQc and RFQu) was confirmed for the entire sample. The internal consistency of both subscales and the total scale proved to be adequate. Several statistically significant relationships were found between the subscales of the instruments that composed the data collection protocol (Beck Insight Cognitive Scale, Adult Attachment Scale, and Brief Symptom Inventory) and the RFQ-8, as expected considering the literature review. Finally, it is important to mention that age showed statistically significant correlations with both subscales of the RFQ-8. In summary, the collected data support the reliability and validity of the instrument, although additional studies are suggested, namely with clinical populations.
- ItemUma Análise Multidimensional na Perturbação do Uso do Álcool: relações entre os estados emocionais negativos, experiências traumáticas, autocriticismo e experiências dissociativas em doentes internados na Unidade de Alcoologia de Coimbra(ISMT, 2017) Rodrigues, Joana Carolina Santos; Espirito-Santo, Helena (Orientadora); Monteiro, Bárbara (Coorientadora)Introdução: O alcoolismo constitui-se como a terceira causa de mortalidade em Portugal, funcionando frequentemente como uma estratégia mal-adaptativa de resolução de problemas. A sintomatologia ansiosa, depressiva e de stress, poderá decorrer, assim como precipitar, a Perturbação do Uso do Álcool, que por sua vez parece estar associada a experiências traumáticas precoces. O consumo patológico de álcool e as experiências traumáticas poderão ainda correlacionar-se com a vivência de experiências dissociativas. Objetivos: Análise da intensidade de estados emocionais negativos, experiências traumáticas, formas de autocriticismo e experiências dissociativas em alcoólicos abstinentes, comparativamente com uma amostra da comunidade. Metodologia: Avaliaram-se 79 alcoólicos abstinentes, em medida de internamento durante três semanas na Unidade de Alcoologia, e 73 indivíduos da comunidade, através da Escala de Ansiedade, Depressão e Stress 21, Escala das Experiências Traumáticas, Escala das Formas do Autocriticismo e Autotranquilização e Escala das Experiências Dissociativas. Resultados: Quando comparados com a amostra da comunidade, a amostra de alcoólicos abstinentes apresentou valores mais elevados em todos os estados emocionais negativos, experiências traumáticas, formas de autocriticismo e experiências dissociativas. A análise correlacional indicou, ao contrário dos resultados obtidos na amostra da comunidade, que as experiências traumáticas nos alcoólicos abstinentes, se relacionaram apenas com as experiências dissociativas. Discussão: O elevado número de experiências traumáticas associa-se à Perturbação de Uso do Álcool. Desta forma, tanto as experiências dissociativas, como o consumo de álcool, poderão representar um mecanismo de evitamento experiencial face a acontecimentos traumáticos. Reconhecendo o carácter multidimensional desta perturbação, sugere-se o investimento nas Terapias Cognitivo-Comportamentais de Terceira Geração, para a promoção de estratégias adaptativas de regulação emocional em alcoólicos abstinentes. || in, as well as precipitate an Alcohol Use Disorder, which seems to be related to traumatic experiences. The pathological consumption of alcohol and traumatic experiences may also be correlated with dissociative experiences. Objectives: Analyze of the intensity of negative emotional statuses, traumatic experiences, forms of self-criticism, and dissociative experiences in abstinent alcoholics, compared with a sample of the community. Methods: 79 male abstinent alcoholics internees during three weeks on the Unit of Alcohology and 73 individuals from the community were evaluated, through the Depression Anxiety Stress Scales, Traumatic Experiences Checklist, Forms of Self- Criticizing and Reassuring Scale and Dissociative Experiences Scale. Results: When compared with the community sample, abstinent alcoholics presented higher scores in all negative emotional states, traumatic experiences, self-criticism ways, and dissociative experiences. The correlation analysis indicated, as opposed to the results obtained in the community sample, that the traumatic experiences in abstinent alcoholics only correlates with the dissociative experiences. Discussion: A high number of traumatic experiences is associated with the Alcohol Use Disorder. Given this, the dissociative experiences, as like alcohol, may represent an experimental avoidance strategy when facing traumatic events. Recognising the multidimensional character of this disorder, we suggest the investment in the third wave of Cognitive-Behavioral Therapies, to promote adaptive strategies for emotional regulation in abstinent alcoholics.
- ItemAnsiedade a Exames no Contexto do Ensino Secundário: o papel da ansiedade social, auto-criticismo e competências de mindfulness e aceitação(ISMT, 2009) Paiva, Maria Jacinta Apolinário Ferreira de Almeida; Cunha, Marina (Orientadora)No presente trabalho, estudamos a Ansiedade aos Testes, entre a população estudantil adolescente. Queremos estudá-la enquanto traço comum da Perturbação de Ansiedade Social; simultaneamente, desejamos captar o papel desempenhado por outras variáveis psicológicas, como o auto-criticismo, e as competências de aceitação e consciência de si (minfulness). A amostra do estudo consiste em 449 estudantes de uma escola secundária de Coimbra, que responderam a um conjunto de 5 questionários. Adoptámos como medidas da ansiedade aos testes a versão portuguesa do Test Anxiety Inventory (TAI) (Ponciano, 1980) e a Escala de Cognições e Comportamentos na Ansiedade aos Exames (ECCAE) (Pinto-Gouveia, Melo e Pereira, 2005); da Ansiedade Social a EAESSA (Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações Sociais para Adolescentes – Cunha, Pinto-Gouveia e Salvador, 2002); como medida da auto-complacência e consciência de si a versão portuguesa ad hoc da CAMM (Child Acceptance and Mindfulness Measure - Greco, Smith & Baer, 2008); do auto-criticismo a adaptação portuguesa do FRSC (Forms of Self-Criticizing/Attacking and Self-Reassuring Scale, Gilbert et al., 2004, Castilho e Pinto-Gouveia, 2005). De maneira geral, os resultados desta investigação coadunam-se com a literatura, no que diz respeito ao efeito de género e da preponderância do componente cognitivo na ansiedade face aos exames (frequência de cognições ansiosas); por outro lado, indicam que determinados construtos psicológicos, como o auto-criticismo (selfcriticism) e as competências de aceitação e consciência de si (acceptance e mindfulness), se encontram associadas à ansiedade aos exames. Os estudos futuros devem esclarecer a arquitectura funcional desta relação.
- ItemAnsiedade Desportiva em Atletas Seniores de Basquetebol: relação com inteligência emocional e perfecionismo(ISMT, 2022) Freixo, Carolina Isabel Teixeira Penteado; Simões, Sónia (Orientadora)Objetivos: Internacionalmente têm vindo a ser realizados diversos estudos sobre a saúde mental de atletas, porém a produção nacional neste sentido ainda é muito limitada. Assim, temos como objetivos estudar, em atletas seniores adultos de basquetebol de nacionalidade portuguesa: 1) a relação entre ansiedade desportiva, inteligência emocional e perfecionismo; 2) as diferenças na ansiedade desportiva, inteligência emocional e perfecionismo em função do sexo, da idade, das habilitações literárias, da prática da modalidade ser ou não profissional, dos anos de prática e do número de horas semanais dedicadas à modalidade. Metodologia: A amostra foi composta por 87 atletas seniores adultos de basquetebol de nacionalidade portuguesa, com idades compreendidas entre os 18 e os 39 anos (M = 23,52; DP = 4,70). O protocolo de estudo foi constituído por: Questionário Sociodemográfico e Desportivo, Escala de Ansiedade no Desporto-2 (EAD-2), Trait Meta-Mood Scale (TMMS-24) e Escala Multidimensional do Perfecionismos de Frost (EMP-F). Resultados: Atletas com maiores níveis de ansiedade desportiva apresentaram níveis mais baixos de inteligência emocional e níveis mais elevados de perfecionismo. Os atletas do sexo feminino, comparativamente ao sexo masculino, evidenciaram níveis mais elevados de ansiedade desportiva, não tendo sido encontradas diferenças significativas em mais nenhuma variável em estudo. Conclusão: A realização desta investigação permitiu refletir sobre a necessidade de serem desenvolvidos mais estudos no âmbito desportivo. Ficou igualmente sublinhada a necessidade de um maior acompanhamento psicológico no contexto desportivo, tornando-se necessário um maior investimento por parte dos clubes no sentido de fornecer ferramentas para uma melhor gestão da ansiedade desportiva e do melhoramento das habilidades emocionais dos atletas. / Goals: Internationally, several studies on the mental health of athletes have been carried out, but the national production in this sense is still very limited. Thus, our objectives were to study, in senior adult basketball athletes of Portuguese nationality: 1) the relationship between sport anxiety, emotional intelligence and perfectionism; 2) the differences in sport anxiety, emotional intelligence and perfectionism according to gender, age, academic qualifications, professional or non-professional practice of the sport, years of practice and number of weekly hours devoted to the sport. Methodology: The sample was composed of 87 senior adult basketball athletes of Portuguese nationality, aged between 18 and 39 years (M = 23,52; SD = 4,70). The study protocol was composed of: Sociodemographic and Sport Questionnaire, Sport Anxiety Scale-2 (SAS-2), Trait Meta Mood Scale (TMMS 24) and Frost´s Multidimensional Perfectionism Scale (FMPS). Results: Athletes with higher levels of sport anxiety had lower levels of emotional intelligence and higher levels of perfectionism. Female athletes, compared to males, showed higher levels of sport anxiety, and no significant differences were found in any other variable under study. Conclusion: This research allowed reflecting on the need to develop further studies in the sports field. It also highlighted the need for greater psychological support in sporting context, making necessary for clubs to invest more in providing tools for better managing sports anxiety and improving the emotional skills of athletes.
- ItemAnsiedade e Autoconceito em Crianças e Adolescentes com e sem Dificuldades de Aprendizagem(ISMT, 2016) Carolino, Maria da Glória Gomes Henriques; Simões, Sónia (Orientadora)Sem resumo disponível.
- ItemAnsiedade em face da morte em Agentes Funerários(ISMT, 2014) Cabo, Luís José Lourenço de Matos; Farate, Carlos (Orientador)Ao pensar na morte há um reconhecimento da vulnerabilidade humana e da própria fragilidade da vida. A morte é universal, mas experienciada de uma forma individualizada por cada um de nós, a partir da personalidade, experiências de vida, variáveis pessoais, idade, sexo, religião. Vivenciar a morte e o morrer poderá conduzir a sensações de medo e ansiedade. Os agentes funerários que lidam diariamente com a morte e com o “luto” (do corpo morto e dos familiares em relação ao ente querido que perderam) poderão estar expostos a sentimentos de ansiedade depressiva pela ativação diária do confronto com a própria morte, ou com a morte de pessoas a quem estão intimamente ligados. É objetivo deste estudo avaliar os níveis de ansiedade em face da morte em agentes funerários, e ainda explorar a eventual associação entre fatores sociodemográficos e profissionais selecionados e esta variável. A amostra é composta por 60 sujeitos de uma empresa funerária em Portugal. Os instrumentos psicométricos utilizados foram a Escala de Ansiedade face à Morte (DAQ), e um questionário sociodemográfico desenhado para o presente estudo. Os resultados globais mostram que os Agentes Funerários apresentam níveis de ansiedade face à morte estatisticamente significativos (M = 35,88; DP = 9,02). O género, a idade, religião, anos de experiência, estado civil, terem filhos, ter morrido alguém próximo ou significativo, especificidade de trabalho: ser comercial ou operacional o número de contatos, não marcam significativamente a forma como os sujeitos em estudo percecionam a sua ansiedade em face da morte. Os níveis de ansiedade aumentam entre aqueles que não tiveram formação específica para lidar com estas situações. / When thinking about death there is recognition of human vulnerability and fragility of life itself. Death is universal but experienced individually by each of us, through personality, life experiences, personal variables, age, sex, religion. Experiencing death and dying can lead to feelings of fear and anxiety. Funeral Agents who daily deal with death and with the "mourning" (the dead body and the family of the deceased) may be exposed to feelings of depressive anxiety activated by the daily confrontation with death itself or death of people who are close to them. The aim of this study is to assess the levels of anxiety in Funeral Agents when facing death, and also explore the eventual association of social-demographic and professional factors with this variable. The sample consisted of 60 subjects of a Portuguese Funeral company. The instruments used were the Death Anxiety Questionnaire (DAQ) and a socialdemographic questionnaire designed for the present study. The overall results show that Funeral Agents present anxiety levels statistically significant when facing death (M = 35.88, SD = 9.02). Gender, age, religion, years of experience, marital status, having children, the death of someone close or important, and the specificity of the job (commercial or operational agent), the number of contacts, show no statistically significant association with anxiety when facing death. However, the levels of anxiety increase among those who had had no specific formation to deal with these situations.
- ItemAnsiedade Social e Competências Socioemocionais: qual a relação(ISMT, 2021) Novo, Mariana Isabel Dias; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: A ansiedade social é uma experiência comum ao ser humano e relaciona-se com a estrutura social de um grupo e a sua organização hierárquica (Pinto-Gouveia, 2000). Enquanto patologia pode variar desde graus ligeiros, e transitórios, desempenhando, um papel adaptativo, até graus mais severos e persistentes que têm implicações na vida do indivíduo, causando sofrimento e interferência na sua vida (Pinto-Gouveia, 2000; Cunha, 2005). Deste modo, a literatura tem mostrado que o conhecimento de diferentes dimensões pode diminuir a resposta de ansiedade e prevenir o seu desenvolvimento ou manutenção. Objetivos: O presente estudo teve como principal objetivo contribuir para a compreensão da ansiedade social, testando o modelo preditor formado pelas memórias precoces de calor e segurança, pelas competências socioemocionais, pela vergonha interna e externa e pela proximidade e ligação aos outros. Adicionalmente, pretendeu-se estudar a comparação de grupos extremos de ansiedade social (ansiedade social alta e baixa) relativamente às variáveis indicadas. Tendo em conta os dados sociodemográficos pretendeu-se analisar o papel das variáveis sexo e idade na ansiedade social em associação aos construtos selecionados. Por último, pretendeu-se estudar a associação entre ansiedade social e as variáveis em estudo. Métodos: A amostra foi constituída por 208 participantes, 54 (26%) do sexo masculino e 154 (74%) do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 59 anos. Os participantes preencheram uma ficha de dados sociodemográficos e completaram 5 instrumentos de autorresposta que avaliaram a ansiedade social (SIAS), as competências socioemocionais (SEE), a vergonha interna e externa (EISS), a proximidade e ligação aos outros (SSPS) e as memórias precoces de calor e segurança (EMWSS). Resultados: Relativamente à ansiedade social, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os sexos, apurando-se apenas uma associação negativa baixa com a idade. A ansiedade social correlacionou-se negativamente com as competências socioemocionais, com a proximidade e ligação aos outros e com as memórias precoces de calor e segurança. Inversamente, a ansiedade social demonstrou uma correlação positiva com o score global da vergonha interna e externa. O modelo preditor explicou 33% da variância da ansiedade social, sendo os melhores preditores a vergonha interna e as competências socioemocionais. O grupo de ansiedade social alta apresentou significativamente menos memórias precoces de calor e segurança, menos competências socioemocionais e menos proximidade e ligação aos outros comparativamente ao grupo de ansiedade social baixa. Adicionalmente, este demonstrou mais vergonha na sua totalidade, bem como, na vergonha interna e externa. Conclusão: O presente estudo contribuiu para o alargamento da investigação da ansiedade social em adultos, tendo em conta as competências socioemocionais, as memórias precoces de calor e segurança, a proximidade e ligação aos outros e a vergonha interna e externa. Os dados permitiram explorar de que modo a ansiedade social está correlacionada com os diversos construtos, sendo que os resultados desta investigação podem apoiar o desenvolvimento de estratégias preventivas que visem promover competências socioemocionais, proximidade e ligação aos outros e sentimentos de calor e segurança, assim como reduzir sentimentos de vergonha. / Introduction: Social anxiety is a common human experience and is related to the social structure of a group and its hierarchical organization (Pinto-Gouveia, 2000). This pathology may range from mild and transient degrees, playing an adaptive role, to more severe and persistent degrees that have implications in the individual's life, causing suffering and interference in his/her life (Pinto-Gouveia, 2000; Cunha, 2005). Thus, the literature has shown that the knowledge of different dimensions can decrease the anxiety response and prevent its development or maintenance. Objectives: The main objective of this study was to contribute to the understanding of social anxiety, by testing the predictor model formed by early memories of warmth and safeness, social-emotional expertise, internal and external shame, and social safeness and pleasure. Additionally, we intended to study the comparison of extreme groups of social anxiety (high and low social anxiety) regarding the indicated variables. Taking into account the sociodemographic data, we intended to analyze the role of the variables gender and age in social anxiety in association with the constructs selected. Finally, we intended to study the association between social anxiety and the variables under study. Method: The sample consisted of 208 participants, 54 (26%) male and 154 (74%) female, aged between 18 and 59 years old. Participants completed a sociodemographic data sheet and completed 5 self-report instruments that assessed social anxiety (SIAS), social-emotional expertise (SEE), internal and external shame (EISS), social safeness and pleasure (SSPS), and early memories of warmth and safeness (EMWSS). Results: For social anxiety, there were no statistically significant differences between genders, with only a low negative association with age. Social anxiety correlated negatively with socioemotional expertise, with social safeness and pleasure, and with early memories of warmth and safeness. Conversely, social anxiety showed a positive correlation with the overall internal and external shame score. The predictor model explained 33% of the variance in social anxiety, with internal shame and social-emotional expertise being the best predictors. The high social anxiety group showed significantly fewer early memories of warmth and safeness, fewer social-emotional expertise, and social safeness and pleasure compared to the low social anxiety group. Additionally, the latter showed more shame in totality, as well as, internal and external shame. Conclusion: The present study contributed to the expansion of social anxiety research in adults, taking into account social-emotional expertise, early memories of warmth and safeness, social safeness and pleasure, and internal and external shame. The data allowed us to explore how social anxiety is correlated with various constructs, and the results of this research may support the development of preventive strategies aimed at promoting social-emotional expertise, social safeness and pleasure, and feelings of warmth and safeness, as well as reducing feelings of shame.